A HISTÓRIA DOS GRUPOS JOVENS DA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA- parte 1 – O P.A.C.
Por Wilson Junior
Mergulhar nos escritos e na história
do 1º grupo jovem da nossa paróquia, o P.A.C. (Paz e Amor em Cristo), foi para
mim uma grande emoção, foi como fazer parte do grupo. Sinto-me recompensado em
ter conhecido um pouco da história da paróquia N. S. da Glória.
Mas o que fez com
que o P.A.C. recebesse tantos elogios (até de quem não participou do grupo), e
que lembrassem dele com saudade?
“O PAC FOI O
MELHOR GRUPO QUE JÁ TEVE NA NOSSA PARÓQUIA” (Raimunda Guedes, do Apostolado
da Oração)
As suas reuniões
se davam aos domingos e sempre encerrava com a Missa das 18h. O grupo era tão
numeroso (chegou a ter cerca de 120 integrantes!!!) que tinha várias equipes
dentro dele: equipes de música, de relações públicas, de liturgia, de
diversões, etc. “Éramos muito ativos,
promovíamos festivais, torneios, passeios, mas tudo muito superficial, de pouca
espiritualidade. Não se criou uma estrutura espiritual nos integrantes para que
pudessem perseverar e encontrar seu lugar na Igreja”, declarou Wilton, que
hoje participa do grupo de oração Ismael, na Capela São Joaquim e S. Ana, em
Ramos. “Saí do grupo porque descobri que
meu carisma era trabalhar nas ruas, nas favelas. Se o PAC montasse, na época,
uma equipe para trabalhar com jovens nas favelas, eu teria ficado”,
completou.
“Eram muito poucos os que levavam a sério a
parte espiritual. O padre Tião, naquela época, também, não aceitava a Renovação
Carismática; ele e o Cosme entravam muito em atrito por causa disto”,
declarou Sonia Costa, que se sentia mais à vontade na equipe de favelas do que
no grupo jovem. “O povo da equipe de
favelas era caloroso, diferente. O povo do PAC era muito frio”.
Alguns foram
saindo para a equipe de favelas, da PJ (Pastoral da Juventude), outros foram se
afastando, alguns até com idéias protestantes, como o Fábio, que declarou ao
KOINONIA: “Quando eu estava no PAC
discordava de vários pontos da doutrina católica e fui me afastando. Respeito
muito, mas não dá pra aceitar o culto a Maria e aos santos, as imagens, as
tradições, etc”.
Também tiveram os
seus problemas, além de muitos de seus integrantes não levarem a sério o
trabalho, havia ainda uma rivalidade com o MEJ, que fez com o que o padre Tião
cobrasse que fizessem trabalhos em conjunto.
“O PAC ERA
FANTÁSTICO; COMO SE FALA HOJE DOS GRUPOS DE ORAÇÃO, ANTES SE FALAVAM DOS GRUPOS
JOVENS, E O PAC MARCOU ÉPOCA” (Padre Sebastião)
Também a
quadrilha de festa junina do PAC gerou confusão. “O problema é que o Cosme (que estava até pouco tempo na Comunidade
Cefas, mas que começou no PAC), passou a inscrever a quadrilha em tudo que era
torneio aí fora, e a coisa se perdeu. Eu fui o 1º a cair fora; dançar na
paróquia, para atrair as pessoas para a festa da Igreja é uma coisa, mas
disputar torneios de quadrilha não tinha mais nada a ver com o grupo jovem, com
a evangelização”, declarou Wilton. “Houve
uma época em que muitos tiveram que escolher entre ficar no PAC ou na
quadrilha, e muitos escolheram a quadrilha!”, declarou Ronaldo, hoje
coordenador da Crisma na nossa Paróquia, e que, nessa época, era do MEJ.
Em 1984 a então
coordenadora Líbia (quase fundadora do grupo) marcou reunião e abandonou a
coordenação, o grupo jovem e a paróquia, ao que parece, magoada com todos do
grupo. Foi o começo da decadência total do grupo, que culminou com o seu fim,
em 1987. Na ata do dia 12/10/86 chegaram a citar que gostariam de fazer um
jornal para divulgar os acontecimentos da paróquia, mas não houve tempo. Em
17/05/87 a última ata dizia: “Está
difícil de levarmos adiante, pois os componentes são muito poucos. O nosso
coordenador (Eduardo) entregou o cargo e saiu do grupo. Outros componentes se
dizem do grupo mas não comparecem à reunião”.
O grupo jovem
PAC, que nasceu antes mesmo do que a Paróquia (!!!), chegou ao fim, mas marcou
época na história da nossa paróquia e ainda hoje é inesquecível para muitos.
Termino esta
matéria com a declaração da Margareth (Magui), na época em que o PAC terminou: “Foram 11 anos e 9 meses de participação
minha no PAC, passei minha adolescência e juventude aqui. É claro que nunca
esquecerei todos os momentos vividos. Toda despedida é triste e é assim que me
sinto. Mas, com a graça de Deus, despeço-me com a sensação de ter feito e
entregue o melhor de mim”.
(Wilson Junior faz parte da Catequese e da equipe do jornal KOINONIA)