sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

PAZ e AMOR em CRISTO (P.A.C.)

         No final de 1999 ou início de 2000, no extinto jornal paroquial KOINONIA, foi publicada uma reportagem sobre a História dos grupos jovens da Nossa Senhora da Glória. O primeiro grupo jovem foi o P.A.C. e reproduzo abaixo na íntegra. Claro que há falhas (nem sequer coloco o ano em que foi fundado o PAC) mas ficou bem legal. Foram entrevistados ex-integrantes, pessoas antigas da Paróquia e até o padre Sebastião.

A HISTÓRIA DOS GRUPOS JOVENS DA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA- parte 1 – O P.A.C.
Por Wilson Junior

     Mergulhar nos escritos e na história do 1º grupo jovem da nossa paróquia, o P.A.C. (Paz e Amor em Cristo), foi para mim uma grande emoção, foi como fazer parte do grupo. Sinto-me recompensado em ter conhecido um pouco da história da paróquia N. S. da Glória.

     Mas o que fez com que o P.A.C. recebesse tantos elogios (até de quem não participou do grupo), e que lembrassem dele com saudade?

O PAC FOI O MELHOR GRUPO QUE JÁ TEVE NA NOSSA PARÓQUIA” (Raimunda Guedes, do Apostolado da Oração)
     
     As suas reuniões se davam aos domingos e sempre encerrava com a Missa das 18h. O grupo era tão numeroso (chegou a ter cerca de 120 integrantes!!!) que tinha várias equipes dentro dele: equipes de música, de relações públicas, de liturgia, de diversões, etc. “Éramos muito ativos, promovíamos festivais, torneios, passeios, mas tudo muito superficial, de pouca espiritualidade. Não se criou uma estrutura espiritual nos integrantes para que pudessem perseverar e encontrar seu lugar na Igreja”, declarou Wilton, que hoje participa do grupo de oração Ismael, na Capela São Joaquim e S. Ana, em Ramos. “Saí do grupo porque descobri que meu carisma era trabalhar nas ruas, nas favelas. Se o PAC montasse, na época, uma equipe para trabalhar com jovens nas favelas, eu teria ficado”, completou.

     “Eram muito poucos os que levavam a sério a parte espiritual. O padre Tião, naquela época, também, não aceitava a Renovação Carismática; ele e o Cosme entravam muito em atrito por causa disto”, declarou Sonia Costa, que se sentia mais à vontade na equipe de favelas do que no grupo jovem. “O povo da equipe de favelas era caloroso, diferente. O povo do PAC era muito frio”.

     Alguns foram saindo para a equipe de favelas, da PJ (Pastoral da Juventude), outros foram se afastando, alguns até com idéias protestantes, como o Fábio, que declarou ao KOINONIA: “Quando eu estava no PAC discordava de vários pontos da doutrina católica e fui me afastando. Respeito muito, mas não dá pra aceitar o culto a Maria e aos santos, as imagens, as tradições, etc”.

     Também tiveram os seus problemas, além de muitos de seus integrantes não levarem a sério o trabalho, havia ainda uma rivalidade com o MEJ, que fez com o que o padre Tião cobrasse que fizessem trabalhos em conjunto.

O PAC ERA FANTÁSTICO; COMO SE FALA HOJE DOS GRUPOS DE ORAÇÃO, ANTES SE FALAVAM DOS GRUPOS JOVENS, E O PAC MARCOU ÉPOCA” (Padre Sebastião)
    
     Também a quadrilha de festa junina do PAC gerou confusão. “O problema é que o Cosme (que estava até pouco tempo na Comunidade Cefas, mas que começou no PAC), passou a inscrever a quadrilha em tudo que era torneio aí fora, e a coisa se perdeu. Eu fui o 1º a cair fora; dançar na paróquia, para atrair as pessoas para a festa da Igreja é uma coisa, mas disputar torneios de quadrilha não tinha mais nada a ver com o grupo jovem, com a evangelização”, declarou Wilton. “Houve uma época em que muitos tiveram que escolher entre ficar no PAC ou na quadrilha, e muitos escolheram a quadrilha!”, declarou Ronaldo, hoje coordenador da Crisma na nossa Paróquia, e que, nessa época, era do MEJ.

     Em 1984 a então coordenadora Líbia (quase fundadora do grupo) marcou reunião e abandonou a coordenação, o grupo jovem e a paróquia, ao que parece, magoada com todos do grupo. Foi o começo da decadência total do grupo, que culminou com o seu fim, em 1987. Na ata do dia 12/10/86 chegaram a citar que gostariam de fazer um jornal para divulgar os acontecimentos da paróquia, mas não houve tempo. Em 17/05/87 a última ata dizia: “Está difícil de levarmos adiante, pois os componentes são muito poucos. O nosso coordenador (Eduardo) entregou o cargo e saiu do grupo. Outros componentes se dizem do grupo mas não comparecem à reunião”.

     O grupo jovem PAC, que nasceu antes mesmo do que a Paróquia (!!!), chegou ao fim, mas marcou época na história da nossa paróquia e ainda hoje é inesquecível para muitos.

     Termino esta matéria com a declaração da Margareth (Magui), na época em que o PAC terminou: “Foram 11 anos e 9 meses de participação minha no PAC, passei minha adolescência e juventude aqui. É claro que nunca esquecerei todos os momentos vividos. Toda despedida é triste e é assim que me sinto. Mas, com a graça de Deus, despeço-me com a sensação de ter feito e entregue o melhor de mim”.


(Wilson Junior faz parte da Catequese e da equipe do jornal KOINONIA)