O
PAPA PAULO VI NAS MENSAGENS DO MOVIMENTO SACERDOTAL MARIANO
O
QUE “NOSSA SENHORA” FALA DE PAULO VI NAS LOCUÇÕES INTERIORES DO
PADRE ESTÉFANO GOBBI?
Por Wilson Jr. 22.07.2018
Logicamente,
utilizar um livro religioso (e mistico) para fins históricos tem
suas limitações. Porém, para que meu estudo sobre o Papa Paulo VI
seja completo, nada estou descartando, e toda ajuda será bem-vinda
para que a conclusão seja o mais perfeita possível.
Tomei, então, o
livro do padre Stefano Gobbi: “Aos sacerdotes, filhos prediletos de
Nossa Senhora”, onde este padre relata mensagens recebidas de Nossa
Senhora por ele, padre Gobbi, através de locuções interiores.
Através dessas mensagens e em resposta a elas, padre Gobbi fundou e
passou a divulgar o Movimento Sacerdotal Mariano (MSM). A quem não
acreditar que realmente Nossa Senhora lhe falava, o livro pode trazer
contribuições ao menos sobre o momento histórico que será
avaliado neste estudo (1973 a 1978; ano de início das mensagens ao
padre ao ano da morte do Papa Paulo VI). Aos que crêem que as
mensagens vêm verdadeiramente da Mãe do Céu, tenham também em
devida conta que Nossa Senhora se utiliza de um homem, com todas as
suas imperfeições e limitações, ou seja, é possível que algumas
mensagens tenham as impressões e imperfeições daquele que as
recebeu. Obviamente Nossa Senhora nem poderia se enganar (por já
estar na Glória, diante de Deus) nem nos enganar. Qualquer possível
erro deve ser creditado no agente humano, pois assim como Deus
respeita nossos limites de entendimento, Nossa Senhora também agiria
dessa forma com seu escolhido para receber estas mensagens.
Feitos esses
esclarecimentos, passemos às mensagens que foram dadas ao padre
Gobbi em 1973, com o foco, obviamente, no Papa de então, o beato
Paulo VI, Giovanni Batista Montini.
1973
Não se fala muito
de Paulo VI, mas, quando fala, é com imenso carinho pelo Papa. Na
mensagem de 30/10, por exemplo, Nossa Senhora diz: “Esta noite,
quero comunicar-te a ternura que o meu Coração de Mãe sente pelo
Papa, Vigário de meu Filho. Nestes tempos tão dolorosos para a
Igreja, o Papa encontra-se sozinho a viver, como o meu Filho Jesus no
horto do Getsêmani as suas horas de agonia e de abandono”. Nossa
Senhora o defende daqueles que, “embora se digam cristãos e
católicos, todos os dias o criticam, o contestam, o julgam”. Há
uma parte da mensagem que me confunde: “Em Fátima profetizei para
o Santo Padre estes momentos...”. Como assim? Nossa Senhora está a
dizer que a mensagem de Fátima era em relação ao Papa Paulo VI?
Esta mensagem foi a única em que Nossa Senhora diz que estão a
caluniar o Papa: Ela diz que devemos ser os defensores do Papa
“contra todos aqueles que o contestam e o caluniam”.
Na mensagem do dia
01/11, Nossa Senhora pede que estejamos unidos ao Papa, “com total
obediência às suas ordens”, “defendendo-o de todo ataque”, e
acrescenta que “em breve virá o tempo em que só quem estiver bem
unido ao Papa conseguirá permanecer na fé de meu Filho e salvar-se
da grande apostasia que se propagará por toda a parte”. É
estranha a mensagem, pois, de tudo que se ouviu sobre Fátima, esta
grande apostasia começa justamente de cima, aparentemente do próprio
Papa! São vários os relatos de quem conhecia o Terceiro Segredo de
Fátima, mas não podia revelar, dando apenas dicas e comentários
breves, de que a apostasia atingiria o Papa. Nao é o que Nossa
Senhor diz ao padre Gobbi. Ou ele entendeu errado?
Nossa Senhora, nas
mensagens ao padre Gobbi, defende o Papa. Diz que este leva nos
ombros “a cruz da Igreja” (msg de 23/09) e que se encontrará
“abandonado de quase todos”. Estes momentos (década de 70 ou o
ano de 1973?) são de Trevas sobre a humanidade, como Ela nos diz em
28/08: “Meu filho, a noite já desceu sobre o mundo. Esta é a hora
das trevas, a hora de satanás; é o momento do seu maior triunfo”.
Nesta mesma mensagem, Nossa Senhora diz que compete ao Papa (Paulo
VI?) “sustentar a Cruz, no meio da maior tempestade da história”.
Um fato
interessante é que Nossa Senhora diz em 01/12 que “não passará
este ano, antes que um grande sinal se realize”. Seja falando do
ano civil ou litúrgico, que grande sinal foi esse?
1974
Nesse
ano Nossa Senhora não acrescentou muita coisa sobre o Papa. Em 17/01
falou da “necessidade da Igreja hierárquica unida com o Papa e sob
sua autoridade”. Depois disso somente em agosto (dia 28) ela pedirá
que rezem por ele, dizendo que “aproximam-se para ele momentos
graves e dolorosos”. Em
setembro (dia 16) Nossa Senhora o defende, dizendo que ele “aponta
com segurança os caminhos da fé” (fala do Papa ou do papado?) mas que deixam-no só, sem ser
ouvido por quase ninguém. Sobre o Papa Paulo VI (ou será outro?
Afinal, sempre é dito “Papa” mas nunca Nossa Senhora diz o nome
dele; poderia estar falando de um Papa futuro?).
Algumas
coisas interessantes, não propriamente relacionadas ao Papa, não
pude deixar de notar. Nossa Senhora diz em janeiro que “antes da
grande treva, cairá sobre o mundo a longa noite do ateísmo que tudo
envolverá”; em maio ela diz que “aproximam-se momentos tão
graves que nem sequer podeis imaginar”. Em dezembro diz que “no
momento de sua maior confusão” (a Igreja), “na véspera de
grandes acontecimentos que perturbarão a fé de tantos filhos meus,
eis o sinal que vos dou: Eu mesma!”