domingo, 15 de maio de 2016

GAME OF THRONES

         Não sou crítico de cinema (não mais do que qualquer pessoa normal que comente com os amigos sobre os filmes, séries, desenhos, etc, que tenha visto). Porém, gostaria de deixar registrada minha opinião sobre a série GAME OF THRONES, de enorme sucesso, que está em sua 6ª temporada. Penso que pode ser útil aos meus amigos, afilhados, família e a quem mais interessado estiver.


          Não somos do "mundo" mas estamos no mundo, não há como fugir disto. Na caminhada rumo ao Céu passamos por momentos de luta, de provações, tristezas, alegrias, decepções (inclusive com nós mesmos), quedas, reerguimentos, etc...também é saudável ter momentos de lazer. Assistir a um bom programa de televisão pode ser um destes momentos de lazer saudáveis, mas estes estão cada vez mais voltados para futilidades e está cada vez mais difícil peneirar algo de bom, que acrescente algo a nós como pessoas e não só nos façam perder tempo e a noção das coisas, porque já está provado que a TV emburrece, e quem não se preocupa consigo mesmo e com os seus em relação a isso eu temo que já esteja num nível maior que o normal. 

          Não é o nosso gosto pessoal que define o que é bom. Eu gosto de gibis do Homem Aranha mas logicamente sei a diferença entre algo que é para um mero entretenimento e algo que pode me fazer crescer intelectualmente, moralmente, culturalmente, como um Aristóteles, por exemplo. No dia em que eu não mais souber diferenciar os valores entre essas obras e até achar que gibis estão acima da filosofia de um Platão, são Tomás de Aquino, etc, será muito preocupante (eu espero que isso não aconteça nunca). Embora eu goste de ouvir Mariah Carey, por exemplo, não posso perder a noção de que um Mozart ou Bach tem uma importância e um valor cultural muito acima da famosa cantora pop, que será apenas mero entretenimento, quer se concorde ou não. Esses temas de música e literatura eu não quero me aprofundar neste texto, mas quero ir direto às séries das TVs.

          Gosto de, vez ou outra, acompanhar séries, nos meus momentos de lazer (entre outras coisas). A série "24 horas" me prendeu em todas as temporadas. Tem as séries de comédia também, onde eu ria um bocado com o "Todo mundo odeia o Chris", por exemplo; de vez em quando vejo "Once upon a time" também, onde estou na segunda temporada ainda e a última que acompanhei (toda) foi a série do "Demolidor", o herói dos quadrinhos da Marvel, que também gostei. Então veio o desejo de conhecer a tão badalada série "Game of Thrones".

          Assisti a toda a primeira temporada e vou dar minhas razões de porque eu não vou continuar a ver e nem vou indicar a ninguém que assista. Essas séries (pelo menos as que eu assisti até hoje), normalmente, em cada temporada, tratam de um tema central e resolvem esse tema na mesma temporada. Foi assim em cada trama do "24 horas", foi assim no "Demolidor", etc, mas no "Game of thrones" ele te prende como numa novela, onde a coisa parece que não anda. Não me surpreende mais que esteja já na 7ª temporada a série! No primeiro episódio aparecem seres sinistros (os vagantes brancos) e fiquei a temporada inteira esperando o momento em que eles apareceriam e como os homens enfrentariam a estes seres sobrenaturais mortíferos. Não se resolveu; a temporada acabou e foi adiada a vinda deles. A guerra entre as famílias dos Starks e dos Lenisters começa com pequenas coisas, vai crescendo, cria-se toda uma tensão para nos prender e...não se resolve! Acaba a temporada e é preciso acompanhar as próximas, como uma novela sem fim.

          Li a crítica que o site do padre Paulo Ricardo faz da série e concordei também com boa parte. A violência da série é grande, mas parece que traçamos, inconscientemente, uma linha entre o aceitável e o exagerado em relação à violências. O fato do autor ter dito que se baseou na Idade Média para justificar a maneira como as mulheres são tratadas ou a violência mostrada não me abala nem me levaria a não mais assistir. Parece-me mesmo como seria uma Idade Média sem o cristianismo. O autor se engana na visão que tem da Idade Média, mas também não quero me aprofundar no tema (embora eu adore História). Ele criou um mundo fictício, baseado na visão que ele (o autor) tem da Idade Média.

          Apesar de enrolar a trama para nos prender por mais de uma temporada, apesar da violência e dessa comparação infeliz do autor sobre a Idade Média, o que desabona a série, na minha opinião, são as cenas de sexo totalmente desnecessárias. Talvez esse seja um dos motivos da audiência da série, mas não acho que vale a pena ficarmos alimentando nossas mentes com cenas de prostitutas, como se assistíssemos a um filme pornô recortado em pequenos atos, dentro de uma trama interessante. A trama é boa e não precisaria dessa apelação. Se, no meu caso, essas cenas não me levaram sequer à ficar excitado, mas constrangido (e olha que assisti sozinho), fico imaginando o efeito da série em pré-adolescentes e jovens em geral, já tão incentivados pelos programas de TV e músicas nas rádios em viverem como animais, pensando apenas em sexo,

          "Começamos a cobiçar o que vemos todos os dias", disse Hannibal Lectar, o vilão inesquecível do filme "O silêncio dos inocentes". Não é porque eu acho que não me atingiu até agora que vou continuar assistindo e me expondo a esses tipos de cenas que, francamente, não convém a quem se diz cristão e deseja realmente seguir a Cristo. Valeu para conhecer. Já conheci, muito obrigado, vou procurar coisa melhor. Pelo que eu li das críticas à série, essa cenas de sexo vão ainda aumentar durante as temporadas. Não vale a pena assistir.

          E no caso de se expor a cenas de violência é aceitável? Eu gostaria de meditar sobre isso e expor em outro texto. Evidentemente não é legal também nos submetermos a cenas assim tão violentas. E por que vemos? Que questão complicada, não é mesmo? Nem deveríamos assistir TV! Não perderíamos muita coisa e poderíamos gastar nosso tempo de maneira muito mais útil, como em visitas a amigos, ao Santíssimo Sacramento, em trabalhos voluntários a quem mais precisa, na oração pessoal, etc, etc, etc, mas não somos perfeitos e acabamos (todos) muito influenciados (às vezes até manipulados) pelos outros. Temos força de controlar nossa vontade e lutar, mesmo que seja aos poucos, ou o esforço (a dificuldade) nos leva a desistir de tentar sequer pensar sobre isso? Em um dos episódios da 1ª temporada de "Demolidor", o Rei do crime (Wilson Fisk) tem um diálogo interessante com o jornalista Ben Ulrich. Ele diz que as pessoas não querem fazer o esforço de pensar em coisas realmente importantes, que isso dá trabalho. Ele diz que as pessoas preferem ficar perdendo tempo em "casamentos de celebridades e vídeos de gatos" e por isso são tão facilmente manipuladas.

          O que você, leitor, pensa sobre isso? Não precisa responder nos comentários, mas responda a você mesmo: tenho evitado as coisas que são mais importantes (por achar que são chatas ou por preguiça de raciocinar) e tenho gasto meu tempo com fofocas e outras futilidades? Se a resposta é SIM, nunca é tarde para mudar.

Wilson Junior

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