Não sou crítico de cinema (não mais do que qualquer pessoa normal que comente com os amigos sobre os filmes, séries, desenhos, etc, que tenha visto). Porém, gostaria de deixar registrada minha opinião sobre a série GAME OF THRONES, de enorme sucesso, que está em sua 6ª temporada. Penso que pode ser útil aos meus amigos, afilhados, família e a quem mais interessado estiver.
Não somos do "mundo" mas estamos no mundo, não há como fugir disto. Na caminhada rumo ao Céu passamos por momentos de luta, de provações, tristezas, alegrias, decepções (inclusive com nós mesmos), quedas, reerguimentos, etc...também é saudável ter momentos de lazer. Assistir a um bom programa de televisão pode ser um destes momentos de lazer saudáveis, mas estes estão cada vez mais voltados para futilidades e está cada vez mais difícil peneirar algo de bom, que acrescente algo a nós como pessoas e não só nos façam perder tempo e a noção das coisas, porque já está provado que a TV emburrece, e quem não se preocupa consigo mesmo e com os seus em relação a isso eu temo que já esteja num nível maior que o normal.
Não é o nosso gosto pessoal que define o que é bom. Eu gosto de gibis do Homem Aranha mas logicamente sei a diferença entre algo que é para um mero entretenimento e algo que pode me fazer crescer intelectualmente, moralmente, culturalmente, como um Aristóteles, por exemplo. No dia em que eu não mais souber diferenciar os valores entre essas obras e até achar que gibis estão acima da filosofia de um Platão, são Tomás de Aquino, etc, será muito preocupante (eu espero que isso não aconteça nunca). Embora eu goste de ouvir Mariah Carey, por exemplo, não posso perder a noção de que um Mozart ou Bach tem uma importância e um valor cultural muito acima da famosa cantora pop, que será apenas mero entretenimento, quer se concorde ou não. Esses temas de música e literatura eu não quero me aprofundar neste texto, mas quero ir direto às séries das TVs.
Gosto de, vez ou outra, acompanhar séries, nos meus momentos de lazer (entre outras coisas). A série "24 horas" me prendeu em todas as temporadas. Tem as séries de comédia também, onde eu ria um bocado com o "Todo mundo odeia o Chris", por exemplo; de vez em quando vejo "Once upon a time" também, onde estou na segunda temporada ainda e a última que acompanhei (toda) foi a série do "Demolidor", o herói dos quadrinhos da Marvel, que também gostei. Então veio o desejo de conhecer a tão badalada série "Game of Thrones".
Assisti a toda a primeira temporada e vou dar minhas razões de porque eu não vou continuar a ver e nem vou indicar a ninguém que assista. Essas séries (pelo menos as que eu assisti até hoje), normalmente, em cada temporada, tratam de um tema central e resolvem esse tema na mesma temporada. Foi assim em cada trama do "24 horas", foi assim no "Demolidor", etc, mas no "Game of thrones" ele te prende como numa novela, onde a coisa parece que não anda. Não me surpreende mais que esteja já na 7ª temporada a série! No primeiro episódio aparecem seres sinistros (os vagantes brancos) e fiquei a temporada inteira esperando o momento em que eles apareceriam e como os homens enfrentariam a estes seres sobrenaturais mortíferos. Não se resolveu; a temporada acabou e foi adiada a vinda deles. A guerra entre as famílias dos Starks e dos Lenisters começa com pequenas coisas, vai crescendo, cria-se toda uma tensão para nos prender e...não se resolve! Acaba a temporada e é preciso acompanhar as próximas, como uma novela sem fim.
Li a crítica que o site do padre Paulo Ricardo faz da série e concordei também com boa parte. A violência da série é grande, mas parece que traçamos, inconscientemente, uma linha entre o aceitável e o exagerado em relação à violências. O fato do autor ter dito que se baseou na Idade Média para justificar a maneira como as mulheres são tratadas ou a violência mostrada não me abala nem me levaria a não mais assistir. Parece-me mesmo como seria uma Idade Média sem o cristianismo. O autor se engana na visão que tem da Idade Média, mas também não quero me aprofundar no tema (embora eu adore História). Ele criou um mundo fictício, baseado na visão que ele (o autor) tem da Idade Média.
Apesar de enrolar a trama para nos prender por mais de uma temporada, apesar da violência e dessa comparação infeliz do autor sobre a Idade Média, o que desabona a série, na minha opinião, são as cenas de sexo totalmente desnecessárias. Talvez esse seja um dos motivos da audiência da série, mas não acho que vale a pena ficarmos alimentando nossas mentes com cenas de prostitutas, como se assistíssemos a um filme pornô recortado em pequenos atos, dentro de uma trama interessante. A trama é boa e não precisaria dessa apelação. Se, no meu caso, essas cenas não me levaram sequer à ficar excitado, mas constrangido (e olha que assisti sozinho), fico imaginando o efeito da série em pré-adolescentes e jovens em geral, já tão incentivados pelos programas de TV e músicas nas rádios em viverem como animais, pensando apenas em sexo,
"Começamos a cobiçar o que vemos todos os dias", disse Hannibal Lectar, o vilão inesquecível do filme "O silêncio dos inocentes". Não é porque eu acho que não me atingiu até agora que vou continuar assistindo e me expondo a esses tipos de cenas que, francamente, não convém a quem se diz cristão e deseja realmente seguir a Cristo. Valeu para conhecer. Já conheci, muito obrigado, vou procurar coisa melhor. Pelo que eu li das críticas à série, essa cenas de sexo vão ainda aumentar durante as temporadas. Não vale a pena assistir.
E no caso de se expor a cenas de violência é aceitável? Eu gostaria de meditar sobre isso e expor em outro texto. Evidentemente não é legal também nos submetermos a cenas assim tão violentas. E por que vemos? Que questão complicada, não é mesmo? Nem deveríamos assistir TV! Não perderíamos muita coisa e poderíamos gastar nosso tempo de maneira muito mais útil, como em visitas a amigos, ao Santíssimo Sacramento, em trabalhos voluntários a quem mais precisa, na oração pessoal, etc, etc, etc, mas não somos perfeitos e acabamos (todos) muito influenciados (às vezes até manipulados) pelos outros. Temos força de controlar nossa vontade e lutar, mesmo que seja aos poucos, ou o esforço (a dificuldade) nos leva a desistir de tentar sequer pensar sobre isso? Em um dos episódios da 1ª temporada de "Demolidor", o Rei do crime (Wilson Fisk) tem um diálogo interessante com o jornalista Ben Ulrich. Ele diz que as pessoas não querem fazer o esforço de pensar em coisas realmente importantes, que isso dá trabalho. Ele diz que as pessoas preferem ficar perdendo tempo em "casamentos de celebridades e vídeos de gatos" e por isso são tão facilmente manipuladas.
O que você, leitor, pensa sobre isso? Não precisa responder nos comentários, mas responda a você mesmo: tenho evitado as coisas que são mais importantes (por achar que são chatas ou por preguiça de raciocinar) e tenho gasto meu tempo com fofocas e outras futilidades? Se a resposta é SIM, nunca é tarde para mudar.
Wilson Junior
domingo, 15 de maio de 2016
quarta-feira, 11 de maio de 2016
Capítulo XXI (Imitação de Cristo)
Repousar em Deus,
acima de todos os bens e dons
Que eu me repouse sempre no Senhor, repouso eterno dos santos.
dá-me, dulcíssimo e amantíssimo Jesus, repousar-me em ti acima de toda criatura, acima de toda salvação e beleza, de toda glória e honra, de todo poder e dignidade, de toda ciência e especulação, de toda riqueza e arte, de toda alegria e comemoração, de toda fama e prestígio, de toda suavidade e consolação, de toda promessa e esperança, de todo desejo e de todo mérito, de todo dom e dos dons que podes comunicar ou infundir, de toda alegria e júbilo que a mente é capaz de sentir ou gozar, sobre todos os anjos, arcanjos e exercito dos céu, sobre todas as coisas visíveis e invisíveis, numa palavra, sobre absolutamente tudo fora de Ti meu Deus, porque tu é meu Deus, ótimo acima de todas as coisas.
Tu só és altíssimo, potentíssimo, perfeitíssimo e plenissimo, tu só és suavíssimo e supremo auxílio, belíssimo e amantíssimo, nobilíssimo e gloriosíssimo, acima de tudo o mais:em ti todo bem é, foi e será perfeito, sendo pois menor e insuficiente tudo o mais, ainda que revelado, prometido ou dado por ti, antes que se chegue a tua plena visão.
Jesus, diletíssimo esposo meu, amor puríssimo, senhor de toda criação, quem me dará as asas de verdadeira liberdade para me repousar somente em ti?
quando poderei me furtar a todas as coisas para experimentar a tua suavidade, Senhor, meu Deus?
quando, recolhido unicamente em ti, não mais me sentir, por causa do teu amor, mas somente a ti, acima de todo sentimento e medida, de forma só por poucos vivida?
Por enquanto, em frequentes gemidos, suporto com dor a minha não felicidade, muitos males acontecem neste vale de misérias, perturbam-me, entristecem-me e cegam, estorvam-me e me distraem, atraem-me e me embaraçam, impedindo que tenha livre acesso a ti e goze de teus íntimos abraços com que trata os espíritos junto a ti.
Deixa-te enternecer pelo meu suspiro e por tantas misérias desta terra.
Jesus, esplendor da glória eterna, sustento da nossa peregrinação terrestre, converso contigo sem abrir a boca no silêncio.
Até quando Deus meu, tardarás?
vem a mim, na minha pobreza, e será minha alegria, estende tua mão e me alcança em minha miséria,na angústia.
vem, vem, pois sem ti nenhum dia ou hora terá descanso, pois és minha alegria e sem ti minha mesa estará sempre vazia.
Sou miserável, de certo modo prisioneiro, estou com pés atados enquanto a luz da tua presença não me refizer as forças e me libertares com os dons que promanam de tua face amiga.
Busquem outros o que bem entenderem, mas a mim nada atrai ou atrairá senão tu, Deus meu, minha esperança e eterna salvação.
Não me calarei e nem deixarei de suplicar, enquanto a tua graça não se manifestar e me vierem falar ao coração.
Aqui estou!
Venho a ti, porque me invocaste.
Tuas lágrimas e desejos, tua humildade e a contrição de teu coração me tocaram e me fizeram vir a ti.
Disse então:_ Invoquei-te, Senhor, tanto te desejei, que estou pronto a tudo renunciar por tua causa.
Tomaste tu a iniciativa de me despertar para a tua busca.
Sê bendito, Senhor, por tua bondade para com teu servo, a qual mostra quanto é imensa a tua misericórdia.
Diante de Ti, Senhor, que fará teu servo, senão humilhar-se profundamente ao se lembrar de todos os seus pecados e misérias ?
Nada há que seja comparável a ti, dentre as maravilhas do céu e da terra.
Tuas obras são pura bondade, Senhor, teus juízos, verdade, tua providencia governa todo o universo.
Louvor e Glória a ti, Sabedoria do Pai.
Louvem-te e bendigam juntos a minha boca, todo o meu ser e todas as criaturas.
(Tomás de Kempis)
Cada vez que tenho lido A imitação de Cristo de Tomás de Kempis,me apaixono e sinto tão descrita que as vezes acho que Tomás de Kempis está lado a lado comigo!
Quantos de nós sofremos por nossas imperfeições, imperfeições que nos impedem de amar a Perfeição?Mas, Tomás de Kempis nos mostra que Deus não rejeita um coração contrito , nos Ama Profundamente com sua ternura de Pai e nos acolhe em seus braços.
Tatiana Mesquita
sábado, 26 de março de 2016
Noé e os elefantes na arca
Esta imagem acima está no facebook e me chamou a atenção nos últimos dias. Resolvi, dentro das minhas limitações, dar minha contribuição à discussão sobre o tema.
O que a imagem e o texto fazem supor é que seria impossível ter acontecido o que foi narrado no livro do Gênesis, e que tal história bíblica seria fantasiosa. A própria apostila do famoso curso católico "Mater Ecclesiae" coloca em dúvida (sem afirmar com todas as letras) que o relato bíblico seria fantasioso: "Deixando de lado as indagações de ordem científica e adotando estes ensinamentos de valor religioso, o estudioso perceberá o sentido muito rico da história, aparentemente fabulosa, do dilúvio". Eu gostaria de, dentro das minhas limitações, discordar respeitosamente tanto da imagem acima quanto do curso "Mater Ecclesiae" (que merece todo respeito, mas não é a última palavra em relação à Bíblia, mas sim o Magistério da Igreja Católica, que, até onde eu sei, não tem essa questão definida, nem acho que um dia terá, por ser irrelevante à nossa fé).
Parece que é uma fraude a tal "Arca de Noé" encontrada pelos chineses no monte Ararat, segundo o site do e-farsas. O mais provável é que não se encontre mesmo a Arca, pois, como o próprio site coloca (muito bem, por sinal), a Arca seria "a melhor fonte de madeira disponível para a primeira década da nova humanidade" e "seria bem plausível acreditar que a Arca teria sido desmontada para abastecer a crescente população com material de construção para abrigo, fogueiras, etc". Tudo bem até aqui.
Seria impossível para Deus sustentar os animais na Arca, mais a família de Noé, por um ano? Não acho que seria mais difícil do que transformar pão e vinho em Corpo e Sangue, visivelmente, como fez em Lanciano (na Itália), por exemplo. Algo impossível também, mas que há mais de mil e trezentos anos se sustenta! Não seria mais impossível do que ressuscitar um morto de 4 dias (como Jesus fez com Lázaro, em Jo 11). Seria mais difícil do que preservar um coração incorrupto por séculos, como o de santa Teresa de Ávila? Seria, para Deus, mais difícil do que fazer exalar perfume de um corpo falecido há mais de cinco séculos, como o de santa Rita de Cássia? Ou talvez tenha sido mais fácil realizar o "milagre do sol", em 1917, quando cerca de 70 mil pessoas testemunharam (uma visão? um fenômeno físico?) um acontecimento que os jornais da época, a contragosto, tiveram que relatar? Poderia continuar citando coisas extraordinárias e que, por mais impossíveis que sejam, estão lá para todos verem e crerem, como a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, o santo Sudário, o sangue de são Januário (San Genaro), outras centenas de corpos incorruptos de santos...se acham, talvez, que seja invenção a extraordinária vida de são Francisco de Assis, santa Clara de Assis e santo Antonio de Pádua, entre outros, por serem histórias medievais, o que dizer da vida toda extraordinária de são Pio de Pietrelcina (que faleceu no século passado, em 1968, bem perto de nós, e que estão bem documentadas as provas de seus milagres)...o que é impossível a Deus?
Eu, particularmente, no lugar de Noé, procuraria colocar na Arca filhotes, e não animais já adultos, principalmente os maiores, como os elefantes. Assim ficaria mais fácil cumprir a ordem de Deus que está em Gn 6,21: "Tomarás também contigo de todas as coisas para comer, e as armazenará para que te sirvam de alimento, a ti e aos animais". Provar pela ciência que aconteceu será possível? Lembro de um livro famoso chamado "...E a Bíblia tinha razão", que mostrava os estudos que confirmavam historicamente muitos dos relatos bíblicos, entre eles o Dilúvio. Eu tenho esse livro (era do Wilton, meu irmão mais velho, na verdade) mas não o encontrei para enriquecer esse artigo. Posso tê-lo guardado na garagem, terei que procurá-lo. Dá pra baixar mas não tive tempo para conferir o conteúdo a tempo de colocar aqui.
Haveriam diversos pontos a tratar sobre o Dilúvio, por exemplo, este cobriu toda a terra? a apostila do curso "Mater Ecclesiae" diz que, para cobrir o Everest, com 8.839m de altitude, seria preciso um volume de águas de 4.600.000.000m³, que toda a massa de águas hoje conhecida não chegaria a produzir. Porém, parece-me claro que o autor aqui estaria dando um sentido hiperbólico que os semitas usavam frequentemente, ou seja, quando diz que "as águas engrossaram prodigiosamente sobre a terra, e cobriram todos os altos montes que existem debaixo do céu; e elevaram-se quinze côvados acima dos montes que cobriam", conforme Gn 7,19-20, não está mentindo nem querendo ser preciso matematicamente.
Dizer que o dilúvio não pode ter acontecido por não ser cientificamente possível é não conhecer a história do catolicismo, todo recheado de coisas reais e cientificamente impossíveis, como as relatadas acima, entre outras centenas (a própria apostila do "Mater Ecclesiae" diz que estudiosos contam 268 histórias antigas do dilúvio e, apesar disto, diz a apostila: "essa multiplicidade de narrações de dilúvio nos povos de diversos continentes não quer dizer que tenha havido uma só grande catástrofe que haja afetado a terra inteira". Imagina! Isso só significa uma coincidência pra lá de absurdamente absurda).
O que é impossível a Deus? A pretensa sabedoria dos homens é loucura para Deus! E se eu estiver enganado? E se realmente não tiver acontecido o dilúvio historicamente, mas apenas uma catequese para nos mostrar que Deus é santo, puro, justo, clemente, etc, apenas um ensinamento passado em forma de história? Não há como relatar com certeza, mas uma coisa é certa: para Ele tudo é possível e, durante toda a história da humanidade, já operou comprovados milagres totalmente sem explicação científica, no Judaísmo (antes de Jesus) e no Catolicismo, desde então. Eu fico com o relato bíblico, sem dúvida. O autor me parece mais confiável que todos os cientistas da história da humanidade juntos.
Wilson Junior
sexta-feira, 18 de março de 2016
EU JÁ ACREDITEI NO LULA E NO PT
EU JÁ ACREDITEI EM LULA E NO PT
Wilson Junior
“Depois que inventaram o ‘está ruim’ nunca
mais ficou ‘bom’”, diz um ditado popular. De fato, não me lembro de ter
vivido alguma época em que as pessoas não reclamem da política. Sempre foi
ruim. Tenho 41 anos, peguei o final da Ditadura Militar (já na verdade uma “Dita
mole”) com o Presidente Figueiredo (lembro que passava no canal do Silvio
Santos, na época TVS e não SBT “a semana do presidente”). Era uma criança mas tenho
minhas lembranças da eleição para governador em 1982 no RJ, quando meu pai
estava na dúvida se votava em Leonel Brizola ou em Miro Teixeira. A título de
curiosidade, ele votou em Brizola e nunca mais mudou seu voto até morrer, era
um brizolista mesmo. Logicamente eu não dava atenção demais a algo que eu não
entendia muito bem. Tenho vagas lembranças da campanha pelas “Diretas Já”, da
eleição (indireta) de Tancredo Neves e a comoção nacional que foi sua morte
antes mesmo de tomar posse.
Quando José
Sarney assumiu a presidência (era o vice de Tancredo Neves) eu tenho algumas
lembranças também da inflação inacreditável e de seus esforços com planos
cruzados, cruzados novos, não sei mais o que, e durante um tempo chegamos até
mesmo a achar que Sarney seria um bom presidente. As reclamações sempre existem
e haverá sempre oposição e descontentes, mas, afinal de contas, assim é a
Democracia, não é mesmo?
Em 1989
haveriam eleições diretas para presidente pela primeira vez em décadas! Como as
coisas sempre estavam ruins, todos queriam mudanças, melhorias, etc, tudo
aquilo que todos sempre querem. O PT veio com um candidato que (eu me lembro)
todos diziam que não tinha nenhuma chance: Luís Ignácio Lula da Silva, com um
perfil bem comunista. Os favoritos eram Leonel Brizola (duas vezes governador
do RJ) e o campeão das pesquisas Fernando Collor de Melo, o “caçador de marajás”
(assim ganhou fama). Lula, que no início não era nada nas pesquisas, atrás
destes que citei e de Mário Covas, Paulo Maluf, Ulisses Guimarães, etc, foi
subindo nas pesquisas como uma opção meio que radical contra toda a política
ruim que estava no Brasil. Mas, por que não arriscar? Ele subiu, ultrapassou
Brizola e chegou ao segundo turno contra Collor numa campanha inesquecível (eu
tinha 14 anos e não votava ainda). A derrota para Collor adiou o sonho de Lula,
mas fez o PT crescer em todo o país.
Fernando
Collor foi um campeão de escândalos! Não sofreu o impeachment à toa, mas não
quero me prender demais na história política do Brasil, para não me alongar
demais. O PT cresceu, Lula enfrentou Fernando Henrique Cardoso (do PSDB) mas
perdeu duas vezes. Fernando Henrique venceu com a moral de ter sido ministro de
Itamar Franco e por ter levado os méritos de ter estabilizado a moeda
brasileira, criando o Real. Sair da inflação absurda que tínhamos era uma
conquista e tanto. Se o primeiro mandato de FHC foi bom, o segundo foi ruim
(segundo minhas impressões da época) e deu força para que Lula derrotasse, se
não me engano, José Serra e chegasse, enfim, à presidência, em 2002.
O que eu não
sabia é que, desde 1990, Lula havia criado (junto com Fidel Castro, de Cuba) uma
organização internacional que ficou conhecida como FORO DE SÃO PAULO, que
reunia lideranças de Esquerda de toda a América Latina. O que eu não sabia é
que nos grupos que fazem parte do FORO estão partidos políticos e até
organizações criminosas, como o MIR (do Chile) e as FARC (da Colômbia). O que
eu não sabia é que, numa das eleições para presidente que Lula venceu, a
disputa foi apenas um circo armado para nos enganar (toda a população), pois os
candidatos todos eram filiados ao FORO DE SÃO PAULO e já tinham resolvido
apoiar LULA como futuro presidente do Brasil. Nem vou falar do Diálogo Inter-Americano,
no qual Lula e FHC fizeram partes (inimigos? FHC estava lá quando Lula fundou o
PT, juntinho).
Ao tomar conhecimento disso e de muito mais
coisas sobre o PT, Lula e toda a ideologia socialista-comunista e tudo o que
ela fez no mundo inteiro (veja a URSS, China, Cuba, Vietnã e por aí vai:
massacres em cima de massacres, chacinas covardes, corrupção monstruosa), a
imagem bonita que Lula e o PT tinham caiu. Não se trata de algumas pessoas
corruptas no governo, afinal de contas, onde há dinheiro, poder e seres humanos,
haverá corrupção. A ideologia deles é corrupta e corruptora. É criminosa e
incentiva a criminalidade. “Verdade” não existe para eles, senão como um meio
de chegar ao poder. Não estão em busca de justiça, verdade, valores. Não há
moral. Mesmo os partidos de “oposição” não fazem oposição real, é tudo um
joguinho entre eles. O PSDB sempre se sentiu mais à vontade como oposição do
que como governo (governar é bem mais difícil que fazer oposição, embora menos
lucrativo).
Imaginem um
traficante numa favela qualquer que, no dia das mães, dá rosas e presentes a
todas as mães da favela, que, no dia das crianças, dá brinquedos e festas para
as crianças da favela se divertirem. Esse
traficante será amado pela comunidade, mas não deixará de ser um criminoso, um
bandido, um traficante, por isso. Eu, como cidadão, não quero
comodidades com dinheiro roubado, a custa de jovens se drogando, enfim, não
quero melhorias de vida de maneiras ilícitas.
O PT e todos
os partidos brasileiros filiados ao FORO DE SÃO PAULO (de cabeça: PDT, PCdoB,
PCB, PPS; obs: o PSDB não faz parte oficialmente do FORO mas também nunca o
denunciou, o que acaba dando na mesma safadeza, peca por omissão) são uma
vergonha para o Brasil. Como explicam as mais do que comprovadas ligações do
FORO com o narcotráfico? Quem pagas as despesas de todos os encontros do FORO
até hoje: caixa 2 ou tráfico de drogas? Nada foi declarado até hoje. Há dezenas
de vídeos comprovando as operações criminosas do FORO e de como colocaram quem
eles quiseram em vários países da América Latina (Hugo Chaves, Morales, Maduro,
os Kirchner, etc), isso da boca deles mesmos, dos próprios cabeças: Lula,
Chaves, Raul Reyes (das FARC), etc.
Ainda que o
PT tivesse dado ao país todas as melhorias sociais que afirmam (e que é mais do
que discutível), eu não quero que meu país cresça liderado por bandidos e com
apoio do tráfico de drogas (das FARC e de CUBA). Prefiro passar dificuldades
financeiras, mas fazendo o que é certo.
Fora Dilma,
Fora Lula, Fora PT e Fora FORO DE SÃO PAULO!
sexta-feira, 4 de março de 2016
Papa João XXIII e o discurso inaugural do Concílio Vaticano II
Mais um texto antigo (de 2012), mas importante, sobre o discurso do Papa João XXIII.
Ano da Fé - 50 anos do Concílio Vaticano II
Wilson Jr – 04.12.2012 – Parte 1:
Discurso inaugural do Papa João XXIII
· Discurso
inaugural do Papa João XXIII
Em 11 de outubro de 1962, na
abertura solene do Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII fez um discurso
direcionando o caminho que o Concílio deveria seguir. Destacaremos alguns
pontos, para que, no decorrer do estudo (sobre o Concílio), não tenhamos
desvios do seu reto propósito, de acordo com as intenções do Papa e, acima de
tudo, conforme o Espírito de amor e verdade que guia e santifica a Igreja.
Interessante como o Papa inicia o
discurso, que está na íntegra no site do Vaticano: http://www.vatican.va/holy_father/john_xxiii/speeches/1962/documents/hf_j-xxiii_spe_19621011_opening-council_po.html.
Ele diz que “todos os concílios...testemunham
claramente a vitalidade da Igreja Católica e constituem pontos luminosos da sua
história” e que pretendeu “afirmar, mais uma vez, a continuidade do magistério eclesiástico”. Quem
atribui que as intenções do Papa João XXIII era romper com a Igreja do passado
não se baseia numa verdade objetiva. As “intenções” de João XXIII só
Deus conhece, o que nós conhecemos é o que ele nos comunicou: que o Concílio,
assim como todos os outros, seria um ponto luminoso para a Igreja e teria
continuidade consigo mesma. Nesse primeiro ponto já vemos claramente como
deveremos entender as proposições que serão feitas por um concílio que quis ser
apenas pastoral, sem condenações nem proclamações de dogmas.
“O
grande problema, proposto ao mundo, depois de quase dois milênios, continua o
mesmo. Cristo sempre a brilhar no centro da história e da vida; os homens ou
estão com ele e com a sua Igreja, e então gozam da luz, da bondade, da
ordem e da paz; ou estão sem ele, ou contra ele, e deliberadamente contra a
sua Igreja: tornam-se motivo de confusão, causando aspereza nas relações
humanas, e perigos contínuos de guerras fratricidas”.
Já há muito de significativo no
que João XXIII falou até aqui. O problema dos homens, ao longo da história, é o
mesmo: estar com Cristo e sua Igreja (com
seus concílios a iluminar a vida dos homens, sempre em continuidade com a fé
que recebeu do Senhor) ou estar contra Cristo (estando contra a sua
Igreja).
Quando o Papa clama por “atualizações oportunas”, dentro do
contexto de seu discurso, fica mais do que claro que fala da maneira de
evangelizar, e não de ruptura com a doutrina da Igreja, evidentemente. O Papa
revela um enorme otimismo, que não deixa de ser compreensível, pela situação em
que se encontra (partindo do princípio de que ele realmente queria o melhor
para a Igreja e para o mundo inteiro), iniciando um momento histórico na
Igreja. Um esperançoso otimismo, depois de duas guerras mundiais terminadas,
mas o tempo mostrou que sua esperança foi exageradamente otimista.
“No
exercício cotidiano do nosso ministério pastoral ferem nossos ouvidos sugestões
de almas, ardorosas sem dúvida no zelo, mas não dotadas de grande sentido de
discrição e moderação. Nos tempos atuais, elas não veem senão prevaricações
e ruínas...Mas parece-nos que devemos discordar desses profetas da
desventura, que anunciam acontecimentos sempre infaustos, como se estivesse
iminente o fim do mundo”.
Há quem diga que nesses “profetas
da desventura” estaria um recado a irmã Lúcia de Fátima, e seus insistentes
apelos por penitência e conversão. O
famoso terceiro segredo de Fátima deveria ter sido revelado em 1960, mas foi
ignorado por João XXIII. Ela não era a única “profeta da desventura”:
desde o século XIX, inúmeros avisos foram dados sobre dificuldades: Nossa
Senhora das Graças, beata Ana Catarina Emmerich, são João Bosco, Nossa Senhora
de La Salette, só pra citar alguns
que não compartilharam o otimismo de João XXIII. Nem seus predecessores
tiveram também esse otimismo: basta ver, por exemplo, Leão XIII e são Pio X,
impressionadíssimos com os avisos de “desventuras” futuras. Também fica mais fácil falar agora, depois
de algum tempo, mas na ocasião poderia parecer ao Papa, com o término da 2ª
Guerra Mundial, que viriam dias melhores para a Igreja e para o mundo. Porém,
poucos anos depois do término do Concílio, já se via como seu otimismo era
exagerado, com a revolução cultural que tomou conta do mundo.
“O que mais importa ao Concílio Ecumênico é o seguinte: que o depósito
sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz”.
Diante desta frase do Papa, como é que muitos, ainda hoje, podem ter a coragem
de dizer que as “intenções” de João XXIII eram romper com o passado da Igreja? “É nosso dever não só conservar este tesouro
precioso...” (o tesouro dos concílios anteriores) “...mas também dedicar-nos com vontade pronta e sem
temor àquele trabalho hoje exigido, prosseguindo assim o caminho que a Igreja
percorre há vinte séculos”.
Se aqueles que defendiam que o
Papa João XXIII queria uma nova Igreja, rompendo com a do passado, ainda tem
dúvidas, o parágrafo seguinte acaba com todas: “...Mas,
da renovada, serena e tranquila adesão a todo o ensino da Igreja, na sua
integridade e exatidão, como ainda brilha nas Atas Conciliares desde
Trento até ao Vaticano I, o espírito cristão, católico e apostólico do
mundo inteiro espera um progresso na penetração doutrinal e na formação das
consciências; é necessário que esta doutrina certa e imutável, que deve
ser fielmente respeitada, seja profundada e exposta de forma a responder às
exigências do nosso tempo”.
Aqui: ou estou maluco, ou o Papa dá sua adesão a todo ensino da
Igreja e que esse ensino, certo e imutável, deve ser fielmente respeitado.
O que ele pede, então, é um
aprofundamento desse ensino para que ele penetre nos fiéis e seja uma
resposta às exigências do tempo. Ele
fala não de uma nova doutrina, mas de uma maneira mais eficaz de anunciar essa
mesma doutrina.
Em seguida, ele dá uma diretriz
para o modelo do Concílio, que vai diferente dos anteriores (pastoralmente): A
Igreja sempre se opôs aos erros e “até os condenou
com a maior severidade”. Agora, porém, “a
esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia do que o da
severidade. Julga satisfazer melhor às necessidades de hoje mostrando a
validez da sua doutrina do que renovando condenações”. Aqui
acrescento minha pobre contribuição: uma
nobre intenção do Papa, mas ingênua e equivocada. A severidade da Igreja
TEM que existir com os ERROS, sempre! A
misericórdia com as pessoas, não com os erros. As aparentes boas
intenções do Papa foram usadas por grupos que distorceram completamente o que
ele disse que deveria ser a diretriz do Concílio. “...a
Igreja não oferece aos homens de hoje riquezas caducas, não promete uma
felicidade só terrena...” Vejam como a coisa pode ser distorcida:
quando o Papa diz que a Igreja não oferece aos homens ‘riqueza caducas’ há quem
diga que ele quer mudar o que a Igreja tem oferecido, por estar caduco. Mas,
claramente, no contexto geral de seu discurso, as ‘riquezas caducas’ que ele fala são as do mundo, que satisfazem
apenas aqui na terra. Só não vê quem não quer.
Então o Papa fala do esforço da
Unidade: “...parece brilhar com tríplice raio de
luz sobrenatural e benéfica: a unidade dos católicos entre si, que se deve
manter exemplarmente firmíssima...” (que está cada vez mais difícil
após o Concílio) “...a unidade de orações e
desejos ardentes, com os quais os cristãos separados desta Sé Apostólica
ambicionam unir-se conosco...” (não
unirmos-nos a eles, mas eles unirem-se novamente conosco) “...por fim, a unidade na estima e no respeito para
com a Igreja Católica, por parte daqueles que seguem ainda religiões
não-cristãs” (‘Ainda’
seguem, mas um dia estarão conosco, na mesma fé). Como foram mal interpretadas essas palavras do Papa! Como foram
distorcidas para um ecumenismo que abraça a todos os erros e nega somente...a
verdade revelada por Cristo à sua Igreja! “Quanto a isso, é
motivo de tristeza considerar como a maior parte do gênero humano, apesar
de todos os homens terem sido remidos pelo sangue de Cristo, não partilhem
daquelas fontes da graça divina que existem na Igreja Católica”.
A esperança de João XXIII é que o
Concílio que se inicia seja uma “luz brilhante”.
Coloca o Concílio sob a proteção dos santos, especialmente de Nossa Senhora
(mas sem dar atenção aos seus avisos), também obviamente de Nosso Senhor Jesus
Cristo, e assim termina o discurso.
Só para dar um exemplo concreto
de como as palavras do Papa são utilizadas de maneira errada: num texto sobre os
50 anos do Concílio Vaticano II, do falecido padre José Comblin, conhecido
teólogo da libertação, ele diz: “houve o discurso de abertura de João XXIII, que rompia
decididamente com a tradição dos papas anteriores” (revista
Adista Documenti nº 68, 24-09-2011). O discurso que “rompeu” com a tradição foi
esse que vimos acima. Só posso tirar cinco conclusões dessa afirmação do padre
José Comblim:
1. Não estamos falando do mesmo discurso (pode ter
sido mais de um?);
2.
O discurso que está disponível no site do Vaticano
foi modificado;
3.
Ou eu ou o padre não compreendemos bem o
discurso;
4.
Ele, propositadamente, distorceu o discurso de
acordo com seus interesses;
5.
Eu distorci o que o Papa disse no discurso de
acordo com minhas opiniões.
Mais uma vez repito: somente Deus conhece as intenções.
Vou ser sincero: não acredito que o
padre José Comblim não tenha entendido o que o Papa falou. Ele era muito
inteligente para não entender (a não ser por uma cegueira espiritual, obstinando-se em suas próprias convicções,
afastando-se da Igreja; o que seria possível a qualquer um). Resta que ele usou de um recurso desonesto para
tentar convencer a outros que o Papa disse o que não disse. Seria possível que
ele tivesse citado o discurso de João XXIII sem tê-lo lido? Seria imprudência e
também desonestidade. Que Deus tenha misericórdia de sua alma!
Que Nossa Senhora nos mantenha na
Igreja de seu Filho, unidos ao Papa e ao Magistério infalível dessa mesma
Igreja! Assim seja!
Wilson Junior
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
João Paulo II e a "Ecclesia de Eucharistia"
O que aconteceu com o Papa João Paulo II no decorrer de seu pontificado? Se nos primeiros anos havia um ecumenista apaixonado e empolgado com o Concílio Vaticano II, nos seus últimos anos houve uma mudança significativa.
Teria sido o atentado sofrido em 1981, quando foi baleado? Seria a aproximação com o Cardeal Ratzinger, que João Paulo II tornou Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé? Seria um fruto do jubileu do ano 2000?
Como explicar, por exemplo, que o mesmo Papa que, em 1986, convocou uma reunião com os líderes das principais religiões do mundo em Assis, na Itália, onde aconteceram coisas abomináveis (um ídolo budista foi colocado em cima do sacrário para os budistas presentes adorarem, as imagens de Nossa Senhora foram todas retiradas para não desagradar os presentes, etc), e que dava a entender que o Ecumenismo relativista era um caminho sem volta, assina um documento, no ano 2000, chamado "Dominus Iesus", onde reafirma de maneira firme a Santa Igreja Católica? O documento, escrito pelo Cardeal Ratzinger, tem o aval do Papa João Paulo II e causou espanto na época, como um freio impensável nesse ecumenismo irresponsável que estava sendo praticado (pelo próprio João Paulo II anteriormente, diga-se de passagem), dizendo inclusive coisas que o católico está obrigado a crer (essa linguagem no pós Concílio Vaticano II quase não se viu).
Não posso também deixar de notar o contraste entre as preocupações do Vaticano (com João Paulo II) e a CNBB. Enquanto João Paulo consagrava os anos de 1997/1999 à Santíssima Trindade, em preparação ao jubileu do ano 2000 (1997 foi o ano de Jesus, 1998 o do Espírito Santo e 1999 o do Pai), a CNBB estava preocupada com a situação dos encarcerados, da água, do vento, de qualquer coisa, menos a fé. Em 2003 (o ano do Rosário) o Papa João Paulo II lança um documento que mudaria a minha vida, tenho que admitir, embora eu não o tenha lido na época em que foi lançado, mas somente alguns anos depois: "Ecclesia de Eucharistia", e é aqui que na verdade eu quero chegar.
"A Igreja vive da Eucaristia!", inicia o documento, na minha opinião de 'zé ninguém' o melhor de João Paulo II. Quantos católicos que choraram de emoção com a canonização de João Paulo II conhecem o que ele escreveu? Diante dos incontáveis abusos litúrgicos cometidos a partir da Reforma Litúrgica do Papa Paulo VI, quem poderia esperar que o Papa João Paulo iria reafirmar a santa Missa como "o sacrifício da cruz que se perpetua através dos séculos" (nº 11). Quem poderia imaginar que João Paulo II faria de novo lembrar, neste documento, o Concílio de Trento? "Como não admirar as exposições doutrinais dos decretos sobre a Santíssima Eucaristia e sobre o Santo Sacrifício da Missa promulgados pelo Concílio de Trento? Aquelas páginas guiaram a teologia e a catequese nos séculos sucessivos, permanecendo ainda como ponto de referência dogmático para a incessante renovação e crescimento do povo de Deus na sua fé e amor à Eucaristia" (nº 9). As instruções do Concílio de Trento não só permanecem ainda hoje, mas permanecerão para sempre! Fazem parte da nossa fé católica! Quantos devotos de são João Paulo II ao menos procuram conhecer o que diz este Concílio?
"Não há dúvidas de que a reforma litúrgica do Concílio", o do Vaticano II, "trouxe grandes vantagens para uma participação mais consciente, ativa e frutuosa dos fiéis no santo sacrifício do altar...a par destas luzes, não faltam sombras, infelizmente". Sim, João Paulo II está dizendo que alguns frutos da reforma litúrgica não foram bons. "Às vezes transparece uma compreensão muito redutiva do mistério eucarístico. Despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa". Ou seja, a Missa não é um encontro fraterno, uma reunião de amigos, uma festa ou qualquer outra definição moderna que querem nos fazer acreditar. A Missa é um sacrifício, e não só isso, é o sacrifício da cruz do Calvário! "O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício". Quantos devotos de são João Paulo II não acham que a Missa é somente para recebermos Jesus na hóstia? No entanto, a Missa é muito mais: "Em virtude de sua íntima relação com o sacrifício do Gólgota, a Eucaristia é sacrifício em sentido próprio, e não apenas em sentido genérico como se se tratasse simplesmente da oferta de Cristo aos fiéis para seu alimento espiritual". Reafirmou, assim, a doutrina ("sempre válida") do Concílio de Trento, para desespero dos progressistas. "Embora banquete, permanece sempre um banquete sacrificial, assinalado com o sangue derramado no Gólgota". Espantosas verdades católicas!
João Paulo II também faz uma crítica velada ao Concílio Vaticano II, afinal, se a Igreja "vive da Eucaristia", como ele afirma, como pode o Concílio Vaticano II "não ter publicado qualquer documento específico sobre o mistério eucarístico"?
"A Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e reduções". Um discurso pós-Concílio Vaticano II dispensar as ambiguidades? Impensável! Mas, ao menos em relação à Eucaristia, João Paulo bate firme! É preciso ter uma linguagem clara!
O Papa incentiva fortemente o culto à Eucaristia fora da Missa também, ou seja, a adoração ao Santíssimo, as visitas ao sacrário, "é bom demorar-se com ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predileto, deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração". Comparar a visita ao Santíssimo com são João, na última Ceia, quando reclinou a cabeça repousando no peito de Jesus foi genial, maravilhoso, chega a dar vontade de largar o teclado nesse momento e correr para lá, para o colo de Jesus!
O Papa reafirma a importância de estar em comunhão com a Igreja, a importância do sacramento da Ordem (para celebrar a Eucaristia), a importância (inacreditável) do sacerdote celebrar a Eucaristia todos os dias, mesmo sem (isso mesmo, S-E-M) a presença dos fiéis, a importância de estar unido ao bispo local e ao Papa, chama ao sacramento da Confissão para recebê-la e incentiva a comunhão espiritual aos que estão impedidos, lembrando o que parece que hoje ninguém quer dizer: receber a comunhão indevidamente é causa de "condenação, tormentos e redobrados castigos".
"Se a Eucaristia torna presente o sacrifício redentor da cruz, perpetuando-se sacramentalmente, isso significa que deriva dela uma contínua exigência de conversão". Não, meus irmãos, a Missa não é uma festa. Presentes ao sacrifício do Calvário como devemos nos portar? Dançando e batendo palmas? Como estavam Nossa Senhora e são João no Calvário, por exemplo? E não foi assim que são Pio de Pietrelcina também ensinava a participar bem da santa Missa? Ele ensinava que devemos nos portar na Missa como Nossa Senhora e são João se portaram diante da Cruz do Senhor!
A comparação que o Papa faz da mulher que "desperdiça" um vidro de perfume aos pés de Jesus em Betânia com a Igreja em não temer desperdiçar seus recursos "para exprimir o seu enlevo e adoração diante do dom incomensurável da Eucaristia" também foi genial. Não tenhamos medo de desperdiçar nosso tempo deste modo!
O Papa lembra, em relação à música, as "inspiradas melodias gregorianas". Quantos devotos de são João Paulo II já se interessaram em, ao menos, conhecer o canto gregoriano? Na conclusão do documento traz os versos de uma música maravilhosa de Mozart: "Ave, verum corpus natum de Maria Virgine, / vere passum, immolatum, in cruce pro homine!". Quantos devotos de são João Paulo II se interessam pelo latim e pela música sacra?
João Paulo II lamenta que, "nos anos da reforma litúrgica pós-conciliar, por um ambíguo sentido de criatividade e adaptação, não faltaram abusos, que foram motivo de sofrimento para muitos". Clama a obediência às normas litúrgicas e anuncia que pedirá que se escreva um documento específico ditando essas normas mais uma vez. Seria a "Redemptiones Sacramentum", escrita pelo Cardeal Arinze (se não me engano) e que também foi excelente.
Por fim, como não poderia deixar de ser, fala de santa Maria, mulher "eucarística". "Existe, pois, uma profunda analogia entre o fiat pronunciado por Maria, em resposta às palavras do Anjo, e o amém que cada fiel pronuncia quando recebe o Corpo do Senhor". O Papa tenta imaginar o que Nossa Senhora ("o primeiro sacrário da história") sentia ao receber a comunhão das mãos dos apóstolos, o mesmo Cristo que ela carregou no ventre! "Impossível imaginar!"
Esse João Paulo II que nos presenteou com esse documento espetacular em 2003 é o mesmo que eleito foi em 1978? O mesmo Papa que, aparentemente, não quis ouvir as denúncias contra o fundador dos Legionários de Cristo, no México, de que ele tinha vida escandalosa (tudo comprovado posteriormente)? O mesmo que, embora inegavelmente um Papa mariano, não quis consagrar a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, como pediu Nossa Senhora em Fátima? O mesmo Papa que beijou o Alcorão? O mesmo João Paulo II que incentivou a Teologia da Libertação, dizendo-a como oportuna e necessária, depois foi quem a desmantelou de maneira mais forte (junto com o Cardeal Ratzinger). Mudanças aconteceram no decorrer de seu pontificado. Graças a Deus, para melhor, muito melhor! Santo? Os tradicionalistas dizem NÃO, mas o Papa Francisco disse SIM. Pode a Igreja errar numa canonização? Esse é assunto para outro texto. A mudança de João Paulo II terá sido uma graça do jubileu do ano 2000? Transformar um Papa? Se foi, peço a Deus que o jubileu extraordinário da misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, tenha o mesmo efeito.
Para aqueles que tem João Paulo II como santo de devoção, seria pedir demais que conheçam o que ele ensinou? Já leram algo desse Papa? A "Ecclesia de Eucharistia" seria um excelente começo e, diria mais, se houver preguiça em ler todos os seus escritos (que são muitos mesmo), esse em especial é de leitura obrigatória.
Wilson Junior
Teria sido o atentado sofrido em 1981, quando foi baleado? Seria a aproximação com o Cardeal Ratzinger, que João Paulo II tornou Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé? Seria um fruto do jubileu do ano 2000?
Como explicar, por exemplo, que o mesmo Papa que, em 1986, convocou uma reunião com os líderes das principais religiões do mundo em Assis, na Itália, onde aconteceram coisas abomináveis (um ídolo budista foi colocado em cima do sacrário para os budistas presentes adorarem, as imagens de Nossa Senhora foram todas retiradas para não desagradar os presentes, etc), e que dava a entender que o Ecumenismo relativista era um caminho sem volta, assina um documento, no ano 2000, chamado "Dominus Iesus", onde reafirma de maneira firme a Santa Igreja Católica? O documento, escrito pelo Cardeal Ratzinger, tem o aval do Papa João Paulo II e causou espanto na época, como um freio impensável nesse ecumenismo irresponsável que estava sendo praticado (pelo próprio João Paulo II anteriormente, diga-se de passagem), dizendo inclusive coisas que o católico está obrigado a crer (essa linguagem no pós Concílio Vaticano II quase não se viu).
Não posso também deixar de notar o contraste entre as preocupações do Vaticano (com João Paulo II) e a CNBB. Enquanto João Paulo consagrava os anos de 1997/1999 à Santíssima Trindade, em preparação ao jubileu do ano 2000 (1997 foi o ano de Jesus, 1998 o do Espírito Santo e 1999 o do Pai), a CNBB estava preocupada com a situação dos encarcerados, da água, do vento, de qualquer coisa, menos a fé. Em 2003 (o ano do Rosário) o Papa João Paulo II lança um documento que mudaria a minha vida, tenho que admitir, embora eu não o tenha lido na época em que foi lançado, mas somente alguns anos depois: "Ecclesia de Eucharistia", e é aqui que na verdade eu quero chegar.
"A Igreja vive da Eucaristia!", inicia o documento, na minha opinião de 'zé ninguém' o melhor de João Paulo II. Quantos católicos que choraram de emoção com a canonização de João Paulo II conhecem o que ele escreveu? Diante dos incontáveis abusos litúrgicos cometidos a partir da Reforma Litúrgica do Papa Paulo VI, quem poderia esperar que o Papa João Paulo iria reafirmar a santa Missa como "o sacrifício da cruz que se perpetua através dos séculos" (nº 11). Quem poderia imaginar que João Paulo II faria de novo lembrar, neste documento, o Concílio de Trento? "Como não admirar as exposições doutrinais dos decretos sobre a Santíssima Eucaristia e sobre o Santo Sacrifício da Missa promulgados pelo Concílio de Trento? Aquelas páginas guiaram a teologia e a catequese nos séculos sucessivos, permanecendo ainda como ponto de referência dogmático para a incessante renovação e crescimento do povo de Deus na sua fé e amor à Eucaristia" (nº 9). As instruções do Concílio de Trento não só permanecem ainda hoje, mas permanecerão para sempre! Fazem parte da nossa fé católica! Quantos devotos de são João Paulo II ao menos procuram conhecer o que diz este Concílio?
"Não há dúvidas de que a reforma litúrgica do Concílio", o do Vaticano II, "trouxe grandes vantagens para uma participação mais consciente, ativa e frutuosa dos fiéis no santo sacrifício do altar...a par destas luzes, não faltam sombras, infelizmente". Sim, João Paulo II está dizendo que alguns frutos da reforma litúrgica não foram bons. "Às vezes transparece uma compreensão muito redutiva do mistério eucarístico. Despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa". Ou seja, a Missa não é um encontro fraterno, uma reunião de amigos, uma festa ou qualquer outra definição moderna que querem nos fazer acreditar. A Missa é um sacrifício, e não só isso, é o sacrifício da cruz do Calvário! "O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício". Quantos devotos de são João Paulo II não acham que a Missa é somente para recebermos Jesus na hóstia? No entanto, a Missa é muito mais: "Em virtude de sua íntima relação com o sacrifício do Gólgota, a Eucaristia é sacrifício em sentido próprio, e não apenas em sentido genérico como se se tratasse simplesmente da oferta de Cristo aos fiéis para seu alimento espiritual". Reafirmou, assim, a doutrina ("sempre válida") do Concílio de Trento, para desespero dos progressistas. "Embora banquete, permanece sempre um banquete sacrificial, assinalado com o sangue derramado no Gólgota". Espantosas verdades católicas!
João Paulo II também faz uma crítica velada ao Concílio Vaticano II, afinal, se a Igreja "vive da Eucaristia", como ele afirma, como pode o Concílio Vaticano II "não ter publicado qualquer documento específico sobre o mistério eucarístico"?
"A Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e reduções". Um discurso pós-Concílio Vaticano II dispensar as ambiguidades? Impensável! Mas, ao menos em relação à Eucaristia, João Paulo bate firme! É preciso ter uma linguagem clara!
O Papa incentiva fortemente o culto à Eucaristia fora da Missa também, ou seja, a adoração ao Santíssimo, as visitas ao sacrário, "é bom demorar-se com ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predileto, deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração". Comparar a visita ao Santíssimo com são João, na última Ceia, quando reclinou a cabeça repousando no peito de Jesus foi genial, maravilhoso, chega a dar vontade de largar o teclado nesse momento e correr para lá, para o colo de Jesus!
O Papa reafirma a importância de estar em comunhão com a Igreja, a importância do sacramento da Ordem (para celebrar a Eucaristia), a importância (inacreditável) do sacerdote celebrar a Eucaristia todos os dias, mesmo sem (isso mesmo, S-E-M) a presença dos fiéis, a importância de estar unido ao bispo local e ao Papa, chama ao sacramento da Confissão para recebê-la e incentiva a comunhão espiritual aos que estão impedidos, lembrando o que parece que hoje ninguém quer dizer: receber a comunhão indevidamente é causa de "condenação, tormentos e redobrados castigos".
"Se a Eucaristia torna presente o sacrifício redentor da cruz, perpetuando-se sacramentalmente, isso significa que deriva dela uma contínua exigência de conversão". Não, meus irmãos, a Missa não é uma festa. Presentes ao sacrifício do Calvário como devemos nos portar? Dançando e batendo palmas? Como estavam Nossa Senhora e são João no Calvário, por exemplo? E não foi assim que são Pio de Pietrelcina também ensinava a participar bem da santa Missa? Ele ensinava que devemos nos portar na Missa como Nossa Senhora e são João se portaram diante da Cruz do Senhor!
A comparação que o Papa faz da mulher que "desperdiça" um vidro de perfume aos pés de Jesus em Betânia com a Igreja em não temer desperdiçar seus recursos "para exprimir o seu enlevo e adoração diante do dom incomensurável da Eucaristia" também foi genial. Não tenhamos medo de desperdiçar nosso tempo deste modo!
O Papa lembra, em relação à música, as "inspiradas melodias gregorianas". Quantos devotos de são João Paulo II já se interessaram em, ao menos, conhecer o canto gregoriano? Na conclusão do documento traz os versos de uma música maravilhosa de Mozart: "Ave, verum corpus natum de Maria Virgine, / vere passum, immolatum, in cruce pro homine!". Quantos devotos de são João Paulo II se interessam pelo latim e pela música sacra?
João Paulo II lamenta que, "nos anos da reforma litúrgica pós-conciliar, por um ambíguo sentido de criatividade e adaptação, não faltaram abusos, que foram motivo de sofrimento para muitos". Clama a obediência às normas litúrgicas e anuncia que pedirá que se escreva um documento específico ditando essas normas mais uma vez. Seria a "Redemptiones Sacramentum", escrita pelo Cardeal Arinze (se não me engano) e que também foi excelente.
Por fim, como não poderia deixar de ser, fala de santa Maria, mulher "eucarística". "Existe, pois, uma profunda analogia entre o fiat pronunciado por Maria, em resposta às palavras do Anjo, e o amém que cada fiel pronuncia quando recebe o Corpo do Senhor". O Papa tenta imaginar o que Nossa Senhora ("o primeiro sacrário da história") sentia ao receber a comunhão das mãos dos apóstolos, o mesmo Cristo que ela carregou no ventre! "Impossível imaginar!"
Esse João Paulo II que nos presenteou com esse documento espetacular em 2003 é o mesmo que eleito foi em 1978? O mesmo Papa que, aparentemente, não quis ouvir as denúncias contra o fundador dos Legionários de Cristo, no México, de que ele tinha vida escandalosa (tudo comprovado posteriormente)? O mesmo que, embora inegavelmente um Papa mariano, não quis consagrar a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, como pediu Nossa Senhora em Fátima? O mesmo Papa que beijou o Alcorão? O mesmo João Paulo II que incentivou a Teologia da Libertação, dizendo-a como oportuna e necessária, depois foi quem a desmantelou de maneira mais forte (junto com o Cardeal Ratzinger). Mudanças aconteceram no decorrer de seu pontificado. Graças a Deus, para melhor, muito melhor! Santo? Os tradicionalistas dizem NÃO, mas o Papa Francisco disse SIM. Pode a Igreja errar numa canonização? Esse é assunto para outro texto. A mudança de João Paulo II terá sido uma graça do jubileu do ano 2000? Transformar um Papa? Se foi, peço a Deus que o jubileu extraordinário da misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, tenha o mesmo efeito.
Para aqueles que tem João Paulo II como santo de devoção, seria pedir demais que conheçam o que ele ensinou? Já leram algo desse Papa? A "Ecclesia de Eucharistia" seria um excelente começo e, diria mais, se houver preguiça em ler todos os seus escritos (que são muitos mesmo), esse em especial é de leitura obrigatória.
Wilson Junior
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Discurso do Papa Paulo VI na ONU em 1965
Quem me conhece sabe que não tenho nenhuma estima para com o pontificado de Paulo VI, que reinou na Igreja Católica entre 1962 e 1978 (se não me engano; cito de cabeça). Nem vou (ainda) começar a enumerar os problemas de seu pontificado, mas, em homenagem ao 50º aniversário do Concílio Vaticano II, deixo registrada minha análise do discurso do (beato) Papa Paulo VI na assembléia das Nações Unidas, em 4 de outubro de 1965, que tirei do livro "Vaticano II - Mensagens, Discursos, Documentos" (Ed. Paulinas). Também não é muito cômodo para um católico criticar (mesmo que seja de maneira construtiva) o Papa, mas o CDC (Código de Direito Canônico) me ampara nas preocupações em relação à fé, e um discurso público merece ser avaliado publicamente.
Poucas vezes um discurso foi tão infeliz, partindo de um Papa. Tudo bem, Paulo VI não foi um grande Papa. O esforço que se faz no Vaticano para canonizá-lo é um escândalo e prova que as pessoas que lá estão não merecem confiança.
A Igreja é infalível, o Papa é infalível, mas somente nas condições que o Concílio Vaticano I ensinou. Por mais horroroso que tenha sido o discurso de Paulo VI na ONU, ele não tem nenhum peso na doutrina da Igreja e em sua infalibilidade, mas, mostra o pensamento desse Papa. Não é uma entrevista ao vivo ou um improviso, onde declarações infelizes acontecem ou palavras são más interpretadas, mas um discurso programado, onde o Papa diz exatamente o que ele quer dizer.
E o que ele disse nesse discurso?
Neste discurso inacreditável Paulo VI saúda os membros da ONU, diz não ter nenhuma "ambição de poder temporal" e que "as Nações Unidas representam o caminho obrigatório para a paz mundial". E eu na minha ingenuidade pensando que só Cristo poderia nos dar a paz! A paz passa pela ONU obrigatoriamente! Não caia da cadeira ainda, isso é só o início do discurso!
Paulo VI equipara o trabalho da ONU com o da Igreja Católica e clama (pasmem!) por um governo único mundial: "quase diríamos que sois caracterizados, na ordem temporal, pelo que a Igreja Católica procura ser na espiritual: única e universal". Procura ser??? E conclui Paulo VI: "quem não vê nisso o caminho para o estabelecimento de uma autoridade mundial, capaz de agir eficazmente nos planos jurídico e político?". O Papa vislumbra um governo único mundial, vindo da ONU, e o que diz a isso? "repetimos aqui o nosso voto: prossegui!".
Mas não é só isso: a ONU vai nos ensinar a paz: "Ensinais aos seres humanos a paz. A ONU é a grande escola em que se recebe essa educação".
Paulo VI tem o mesmo otimismo do (santo) Papa João XXIII e diz que só teremos armas defensivas "enquanto o homem for fraco, volúvel e mau", ou seja...sempre? Ou será que ele acha que o homem, ignorando a mancha do Pecado Original, que nos deu uma natureza decaída, um dia será forte e bom, com suas próprias forças, com a ONU governando-o?
A ONU é quase canonizada por Paulo VI, que lhe atribui 'quase' uma missão sagrada: "Sentimos que sois os intérpretes do que há de mais alto na sabedoria humana, diríamos quase seu caráter sagrado". É pouca coisa? E quem é esse "sentimos"? Quem mais sente assim junto com o Papa?
No final do discurso, Paulo VI clama por uma "parada, um momento de recolhimento, de reflexão, de oração quase". A preocupação do Papa chega a "quase" pedir para que rezem. E por que?
"O perigo não vem nem do progresso nem da ciência, que poderão, ao contrário, resolver alguns dos grandes problemas da humanidade, quando bem utilizados. O verdadeiro perigo está no ser humano, que dispõe de instrumentos cada dia mais poderosos, tanto para sua ruína, quanto para suas maiores conquistas", ou seja, o grande perigo é uma guerra nuclear, e não perdermos nossas almas para toda a eternidade (que bobagem!).
São esses os "princípios espirituais" que o Papa pede? "Para nós, porém, e para todos os que acolhem a inefável revelação que Cristo nos fez dele, é o Deus vivo, Pai de todos os seres humanos". Para nós é Cristo, para outros pode ser outro, o que importa é que somos todos filhos de Deus. E eu, ingenuamente, pensando que o Batismo é que me tornava filho de Deus. E eu pensando que Cristo é para todos! Sou mesmo muito ingênuo!
Pode o discurso de um Papa (beatificado!) ser tão infeliz?
E o que é pior: o Papa Francisco segue na mesma linha do beato Paulo VI, dá pra perceber na sua encíclica ecológica, no seu vídeo ecumênico e até na bula que proclamou o jubileu da misericórdia. Tempos difíceis!
Wilson Junior
Poucas vezes um discurso foi tão infeliz, partindo de um Papa. Tudo bem, Paulo VI não foi um grande Papa. O esforço que se faz no Vaticano para canonizá-lo é um escândalo e prova que as pessoas que lá estão não merecem confiança.
A Igreja é infalível, o Papa é infalível, mas somente nas condições que o Concílio Vaticano I ensinou. Por mais horroroso que tenha sido o discurso de Paulo VI na ONU, ele não tem nenhum peso na doutrina da Igreja e em sua infalibilidade, mas, mostra o pensamento desse Papa. Não é uma entrevista ao vivo ou um improviso, onde declarações infelizes acontecem ou palavras são más interpretadas, mas um discurso programado, onde o Papa diz exatamente o que ele quer dizer.
E o que ele disse nesse discurso?
Neste discurso inacreditável Paulo VI saúda os membros da ONU, diz não ter nenhuma "ambição de poder temporal" e que "as Nações Unidas representam o caminho obrigatório para a paz mundial". E eu na minha ingenuidade pensando que só Cristo poderia nos dar a paz! A paz passa pela ONU obrigatoriamente! Não caia da cadeira ainda, isso é só o início do discurso!
Paulo VI equipara o trabalho da ONU com o da Igreja Católica e clama (pasmem!) por um governo único mundial: "quase diríamos que sois caracterizados, na ordem temporal, pelo que a Igreja Católica procura ser na espiritual: única e universal". Procura ser??? E conclui Paulo VI: "quem não vê nisso o caminho para o estabelecimento de uma autoridade mundial, capaz de agir eficazmente nos planos jurídico e político?". O Papa vislumbra um governo único mundial, vindo da ONU, e o que diz a isso? "repetimos aqui o nosso voto: prossegui!".
Mas não é só isso: a ONU vai nos ensinar a paz: "Ensinais aos seres humanos a paz. A ONU é a grande escola em que se recebe essa educação".
Paulo VI tem o mesmo otimismo do (santo) Papa João XXIII e diz que só teremos armas defensivas "enquanto o homem for fraco, volúvel e mau", ou seja...sempre? Ou será que ele acha que o homem, ignorando a mancha do Pecado Original, que nos deu uma natureza decaída, um dia será forte e bom, com suas próprias forças, com a ONU governando-o?
A ONU é quase canonizada por Paulo VI, que lhe atribui 'quase' uma missão sagrada: "Sentimos que sois os intérpretes do que há de mais alto na sabedoria humana, diríamos quase seu caráter sagrado". É pouca coisa? E quem é esse "sentimos"? Quem mais sente assim junto com o Papa?
No final do discurso, Paulo VI clama por uma "parada, um momento de recolhimento, de reflexão, de oração quase". A preocupação do Papa chega a "quase" pedir para que rezem. E por que?
"O perigo não vem nem do progresso nem da ciência, que poderão, ao contrário, resolver alguns dos grandes problemas da humanidade, quando bem utilizados. O verdadeiro perigo está no ser humano, que dispõe de instrumentos cada dia mais poderosos, tanto para sua ruína, quanto para suas maiores conquistas", ou seja, o grande perigo é uma guerra nuclear, e não perdermos nossas almas para toda a eternidade (que bobagem!).
São esses os "princípios espirituais" que o Papa pede? "Para nós, porém, e para todos os que acolhem a inefável revelação que Cristo nos fez dele, é o Deus vivo, Pai de todos os seres humanos". Para nós é Cristo, para outros pode ser outro, o que importa é que somos todos filhos de Deus. E eu, ingenuamente, pensando que o Batismo é que me tornava filho de Deus. E eu pensando que Cristo é para todos! Sou mesmo muito ingênuo!
Pode o discurso de um Papa (beatificado!) ser tão infeliz?
E o que é pior: o Papa Francisco segue na mesma linha do beato Paulo VI, dá pra perceber na sua encíclica ecológica, no seu vídeo ecumênico e até na bula que proclamou o jubileu da misericórdia. Tempos difíceis!
Wilson Junior
domingo, 7 de fevereiro de 2016
ENTREVISTAS
Mais de um mês sem postagens, mas o blog não está abandonado!!
Na quaresma me dedicarei exclusivamente ao blog, deixando de lado um pouco o facebook e o what's up. A idéia de realizar entrevistas é antiga, e falta-nos o material necessário para uma boa filmagem, com imagem e som.
Resolvi começar os testes e logo postarei o primeiro entrevistado.
Wilson Junior
Na quaresma me dedicarei exclusivamente ao blog, deixando de lado um pouco o facebook e o what's up. A idéia de realizar entrevistas é antiga, e falta-nos o material necessário para uma boa filmagem, com imagem e som.
Resolvi começar os testes e logo postarei o primeiro entrevistado.
Wilson Junior
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
PAZ e AMOR em CRISTO (P.A.C.)
No final de 1999 ou início de 2000, no extinto jornal
paroquial KOINONIA, foi publicada uma reportagem sobre a História dos grupos
jovens da Nossa Senhora da Glória. O primeiro grupo jovem foi o P.A.C. e
reproduzo abaixo na íntegra. Claro que há falhas (nem sequer coloco o ano em
que foi fundado o PAC) mas ficou bem legal. Foram entrevistados ex-integrantes,
pessoas antigas da Paróquia e até o padre Sebastião.
A HISTÓRIA DOS GRUPOS JOVENS DA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA- parte 1 – O P.A.C.
Por Wilson Junior
Mergulhar nos escritos e na história
do 1º grupo jovem da nossa paróquia, o P.A.C. (Paz e Amor em Cristo), foi para
mim uma grande emoção, foi como fazer parte do grupo. Sinto-me recompensado em
ter conhecido um pouco da história da paróquia N. S. da Glória.
Mas o que fez com
que o P.A.C. recebesse tantos elogios (até de quem não participou do grupo), e
que lembrassem dele com saudade?
“O PAC FOI O
MELHOR GRUPO QUE JÁ TEVE NA NOSSA PARÓQUIA” (Raimunda Guedes, do Apostolado
da Oração)
As suas reuniões
se davam aos domingos e sempre encerrava com a Missa das 18h. O grupo era tão
numeroso (chegou a ter cerca de 120 integrantes!!!) que tinha várias equipes
dentro dele: equipes de música, de relações públicas, de liturgia, de
diversões, etc. “Éramos muito ativos,
promovíamos festivais, torneios, passeios, mas tudo muito superficial, de pouca
espiritualidade. Não se criou uma estrutura espiritual nos integrantes para que
pudessem perseverar e encontrar seu lugar na Igreja”, declarou Wilton, que
hoje participa do grupo de oração Ismael, na Capela São Joaquim e S. Ana, em
Ramos. “Saí do grupo porque descobri que
meu carisma era trabalhar nas ruas, nas favelas. Se o PAC montasse, na época,
uma equipe para trabalhar com jovens nas favelas, eu teria ficado”,
completou.
“Eram muito poucos os que levavam a sério a
parte espiritual. O padre Tião, naquela época, também, não aceitava a Renovação
Carismática; ele e o Cosme entravam muito em atrito por causa disto”,
declarou Sonia Costa, que se sentia mais à vontade na equipe de favelas do que
no grupo jovem. “O povo da equipe de
favelas era caloroso, diferente. O povo do PAC era muito frio”.
Alguns foram
saindo para a equipe de favelas, da PJ (Pastoral da Juventude), outros foram se
afastando, alguns até com idéias protestantes, como o Fábio, que declarou ao
KOINONIA: “Quando eu estava no PAC
discordava de vários pontos da doutrina católica e fui me afastando. Respeito
muito, mas não dá pra aceitar o culto a Maria e aos santos, as imagens, as
tradições, etc”.
Também tiveram os
seus problemas, além de muitos de seus integrantes não levarem a sério o
trabalho, havia ainda uma rivalidade com o MEJ, que fez com o que o padre Tião
cobrasse que fizessem trabalhos em conjunto.
“O PAC ERA
FANTÁSTICO; COMO SE FALA HOJE DOS GRUPOS DE ORAÇÃO, ANTES SE FALAVAM DOS GRUPOS
JOVENS, E O PAC MARCOU ÉPOCA” (Padre Sebastião)
Também a
quadrilha de festa junina do PAC gerou confusão. “O problema é que o Cosme (que estava até pouco tempo na Comunidade
Cefas, mas que começou no PAC), passou a inscrever a quadrilha em tudo que era
torneio aí fora, e a coisa se perdeu. Eu fui o 1º a cair fora; dançar na
paróquia, para atrair as pessoas para a festa da Igreja é uma coisa, mas
disputar torneios de quadrilha não tinha mais nada a ver com o grupo jovem, com
a evangelização”, declarou Wilton. “Houve
uma época em que muitos tiveram que escolher entre ficar no PAC ou na
quadrilha, e muitos escolheram a quadrilha!”, declarou Ronaldo, hoje
coordenador da Crisma na nossa Paróquia, e que, nessa época, era do MEJ.
Em 1984 a então
coordenadora Líbia (quase fundadora do grupo) marcou reunião e abandonou a
coordenação, o grupo jovem e a paróquia, ao que parece, magoada com todos do
grupo. Foi o começo da decadência total do grupo, que culminou com o seu fim,
em 1987. Na ata do dia 12/10/86 chegaram a citar que gostariam de fazer um
jornal para divulgar os acontecimentos da paróquia, mas não houve tempo. Em
17/05/87 a última ata dizia: “Está
difícil de levarmos adiante, pois os componentes são muito poucos. O nosso
coordenador (Eduardo) entregou o cargo e saiu do grupo. Outros componentes se
dizem do grupo mas não comparecem à reunião”.
O grupo jovem
PAC, que nasceu antes mesmo do que a Paróquia (!!!), chegou ao fim, mas marcou
época na história da nossa paróquia e ainda hoje é inesquecível para muitos.
Termino esta
matéria com a declaração da Margareth (Magui), na época em que o PAC terminou: “Foram 11 anos e 9 meses de participação
minha no PAC, passei minha adolescência e juventude aqui. É claro que nunca
esquecerei todos os momentos vividos. Toda despedida é triste e é assim que me
sinto. Mas, com a graça de Deus, despeço-me com a sensação de ter feito e
entregue o melhor de mim”.
(Wilson Junior faz parte da Catequese e da equipe do jornal KOINONIA)
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