terça-feira, 22 de dezembro de 2015

PLATÃO, O MITO DA CAVERNA E A SANTA MISSA

          Há poucos dias postei no facebook o texto do famoso "MITO DA CAVERNA" do filósofo grego PLATÃO. É que achei num antigo site (http://www.flogao.com.br/vasjun/blog/2201170) uma comparação entre o texto do filósofo grego e a Santa Missa. Eu pensei em fazer algumas alterações antes de postar aqui, mas preferi manter o original, mesmo que hoje pudesse fazer algumas revisões do que escrevi (em março de 2007, ou seja, cerca de 8 anos atrás). Achei interessante também por estarmos bem perto do Natal. É hora de saber o que é a Santa Missa. Segue na íntegra abaixo:

PLATÃO, O MITO DA CAVERNA E A SANTA MISSA

Wilson V.M. Junior 14.03.2007

Aparentemente, que ligação pode haver entre o filósofo grego Platão e seu “Mito da caverna” com a Santa Missa? Primeiramente, é necessário saber o que diz o tal “Mito (ou alegoria) da caverna”, para poder relacionar ou não com a Santa Missa. E ainda antes, é necessário saber quem foi Platão. 

Arístocles de Atenas (apelidado Platão) nasceu no ano de 427 a.C., na Grécia. Foi o primeiro filósofo a elaborar uma teoria sobre a política, na obra A REPÚBLICA. Foi aluno (apaixonado) de outro grande filósofo: Sócrates. E foi professor de outro: Aristóteles. Nesta mesma obra de Platão (“A República”) está descrito o “Mito da caverna”, tratando do deslocamento da posição cômoda da ignorância para a dor provocada pela lucidez. “A Alegoria da Caverna é, com certeza, um dos quadros mais belos sobre o poder libertador da filosofia”, diz Cristina de Souza Agostini, na revista “Mente, Cérebro & Filosofia” nº 1. 

No mito da caverna é narrado o seguinte: “imagine uma caverna subterrânea onde se encontram prisioneiros atados nas pernas e nos pescoços de modo a não poderem virar a cabeça, forçados a olhar sempre para a frente, tendo por detrás deles uma fogueira que queima ao longe. Na parede para o qual estão a olhar continuamente, vêem-se as sombras das marionetes manipuladas que passam sobre o muro situado atrás deles. Tais homens acham que não há outras coisas além daquilo que vêem: pensam ser as sombras a realidade” (tirado da revista 'Mente, Cérebro & Filosofia' n°1). 

Qual a relação com a Santa Missa? Quando voltei à Igreja Católica, através da Renovação Carismática, em 1995, sempre ouvi orietarem que a Missa era o culto mais importante, mas vendo (na prática) uma empolgação muito maior pelos grupos de oração carismáticos. A Missa, para mim, era um momento de ouvir a Palavra de Deus (Bíblia), de encontrar os irmãos, de louvarmos a Jesus (e recebê-lo), presente de maneira real na Santa Eucaristia, ressuscitado. Mas que surpresa descobrir, com o tempo (e que tempo! Dez anos depois!) que eu estava ainda como o homem acorrentado na caverna subterrânea de Platão (é óbvio que o sentido que Platão dá a essa alegoria não é o mesmo que eu estarei dando aqui, pois faço uma adaptação à Santa Missa, para que possamos aproveitá-la). Pensava eu que, se durante o grupo de oração fosse oferecida a Sagrada Comunhão, este seria muito melhor e mais completo do que a Missa, que às vezes a achava repetitiva, monótona, parada. Estava eu acorrentado!

Se alguém disser que na Missa não se oferece a Deus verdadeiro e próprio sacrifício, ou que oferecer-se Cristo não é mais que dar-se-nos em alimento, seja excomungado” (Cânon 1 da santa Missa, Concílio de Trento). Que tremenda afirmação do Concílio de Trento! Quer dizer que não vamos à Missa somente para receber o Corpo de Cristo? Quer dizer que a Missa é um “sacrifício”? Muitas vezes ouvia até falarem que a Missa era um sacrifício, mas não entendia, afinal, as Missas estavam muito mais para festa do que para sacrifício! Parece pouca coisa, mas ter a Missa como um sacrifício muda tudo. “Se alguém disser que o sacrifício da Missa é somente de louvor e ação de graças, ou mera comemoração do sacrifício consumado na cruz, mas que não é propiciatório...seja excomungado” (Cânon 3 da Missa, Concílio de Trento). A Missa já não era, como eu pensava, apenas um momento de ouvir a Palavra de Deus e receber o Corpo de Cristo, nem somente um momento de louvor e agradecimento, mas essencialmente um SACRIFÍCIO. Eram os grilhões que me aprisionavam à caverna que estavam sendo destruídos, mas há ainda um longo caminho. Continuemos com o relato do “Mito da caverna”:

“Digamos então que, por acaso, um desses prisioneiros fosse solto de seus grilhões e trazido para fora. Com certeza, os olhos lhe doeriam, bem como todo o corpo. A posição à qual ele estava habituado atrofiou seus músculos e acostumou seus olhos à escuridão”. E meus olhos estavam começando a doer. A noção de sacrifício, se realmente crermos, muda toda a concepção que temos da Santa Missa. Como conciliar um momento como o da “Paz” nas Missas novas (como aconteceu no último domingo, na minha Paróquia), cantando uma música famosa na RCC: “vamos cantar, cantar na paz do meu Senhor Jesus...vamos sorrir, sorrir na paz do meu Senhor Jesus...” no mesmo momento em que o Cristo (Cordeiro) é imolado no altar? Como cantar “vamos sorrir...” segundos antes do sacerdote partir o Cristo (e ele morrer)? Ou é ignorância ou é falta de fé! Questionando essas coisas, meus olhos começaram a doer...estava indo contra o que fui ensinado. A posição em que eu estava atrofiou-me para questionar as coisas, afinal, confiava que aquilo que estavam me ensinando era o ensinamento da Igreja! Não era...

Voltando ao “Mito da caverna”: “Saído da caverna, primeiro seria aconselhável a prática de exercícios leves para acostumar o corpo ao movimento, bem como os olhos à luz. Para começar, o homem deveria olhar para as sombras que existem no mundo terreno, depois para as imagens dos objetos refletidas na água, e por fim os próprios objetos. A partir daí o ex-prisioneiro seria capaz de contemplar o céu, as estrelas e a luz durante a noite, até sua completa adaptação ao mundo superior. Só depois estaria capacitado para contemplar o sol no seu próprio lugar, e já não mais sua imagem refletida. Conheceria, então, que esse astro é o grande responsável pelas estações, pelos anos, a causa de tudo aquilo que, antes, ele e seus companheiros só viam em esboços. Assim, o homem que se põe a pensar, aparece como o dilacerador dos laços do conformismo com a experiência ordinária e com as opiniões recebidas. O progresso para o patamar iluminado é descrito como a viagem realizada da penumbra em direção à luz. Diferentemente da maioria passiva, aquele que se dispõe a fazer uso de sua inteligência faz algo por si mesmo e pelos demais quando questiona e espalha as sementes da insatisfação, do inconformismo e da reflexão”. 

Esses exercícios para ir acostumando a vista atrofiada (até poder ter condições de olhar até mesmo o sol, ou seja Cristo) é o tempo, estudo e oração. Estudo dos ensinamentos da Igreja, e não do que diziam ser o ensinamento da Igreja. Que surpresa desagradável notar que nem sempre o padre ou os pregadores (da RCC) ensinavam o que a Igreja manda, seja por ignorância ou má fé. Fui ouvindo ao longo dos anos coisas como “batizar crianças é errado”, “o demônio não existe”, “o inferno não existe”, “a multiplicação dos pães e peixes não aconteceu, mas foi uma partilha”, “Qualquer um em qualquer religião pode chegar à Salvação seguindo fielmente ao deus que escolheu”, “só acredito no que está na Bíblia”, “aquele padre é bom, pena que não é renovado”, “o que vale é a experiência e não o que está escrito”. Mas que nó na minha cabeça quando via que o ensinamento da Igreja não mudou! Ela continua não concordando com tudo isso que é ensinado à revelia. Mas então porque ensinam errado? Ao ir me soltando dos grilhões (que me acorrentavam à caverna, onde eu só via sombras) e exercitando a vista e o corpo (com o estudo e a oração), uma grande dor se iniciou. Como me dá pena nos dias de hoje ouvir um sacerdote (como na formatura de um amigo meu no curso de Matter Eclesiae, na homilia da Missa na Paróquia Santa Rita, em Ramos) dizer: “feche seus olhos e imagine que você está num campo verde, florido, o céu está azul, o dia está lindo...respire fundo e sinta que dia maravilhoso! (isso durante a homilia!) Tem um rio correndo perto de você, siga em frente...agora imagine que Jesus está te esperando...converse com ele, sinta a presença de Deus falando com você...”. Ao fim da homilia ele diz: “vocês acabaram de ter uma experiência com Jesus!”. Quer dizer que hoje, para se ter uma experiência com Jesus, basta usar uma técnica de relaxamento? Se, durante o “imagine” do padre, ao invés de encontrar Jesus nesse campo, ele dissesse: “imagine que o pato Donald está lhe esperando...”. Teríamos tido uma experiência com o Pato Donald também? 

“Os que regressam à caverna, malgrado a má recepção dos antigos companheiros, que restaram apreensivos por causa dos gritos de dor dos ex-carcerários e pensaram ser o mundo superior a fonte das dores e do estrago da vista a que estes foram submetidos – pois já não reconhecem nas sombras a realidade das coisas e afirmam que por trás dessas aparências existem verdadeiras essências – são os único capazes de saber com segurança a verdade de cada coisa, e assim os únicos aptos ao governo”. Como conciliar palmas e aplausos a um momento onde Jesus está pregado na cruz? E não como mera recordação, mas o mesmo momento do Calvário? Como aceitar a tremenda festa que é realizada às vezes durante a Santa Missa? Como conciliar a noção de sacrifício com os “programas de auditório” que alguns padres fazem durante a Missa? Os olhos doem, o corpo sofre, e os antigos companheiros (como no Mito da caverna) nos abandonam, mas o caminho da cruz é esse. 

Antes, nunca me passou pela cabeça que a Missa tivesse sido diferente do que é hoje na maioria das Paróquias (a Missa nova). Não conhecia a (riquíssima) história litúrgica da Igreja Católica nem nunca havia sequer ouvido falar em Missa Tridentina. Vivia como se o mundo tivesse começado no meu nascimento...

Críticas poderiam ser feitas a Platão, que viveu antes de Cristo, mas não se pode deixar de reconhecer a inteligência do filósofo, e tentar tirar algo de bom dessa alegoria tão bem elaborada. Libertar-nos dos grilhões da ignorância em relação à Santa Missa, de início, é doloroso. Mas a reta compreensão desse mistério nos preenche de tal forma que por si só basta, sem necessitar de inovações para entreter e agradar a um público, cada vez mais descrente, justamente por sentir falta do essencial. A Missa nova, embora válida, esconde (com a ajuda dos sacerdotes celebrantes e até de bispos – com excessões, é claro) a noção de sacrifício, e faz com que se permaneça acorrentado no fundo da caverna, a não ser que o sacerdote seja explícito no seu ensinar. 

Quer fazer uma “experiência”? Procure saber o que a Igreja ensina nos seus documentos, no seu Magistério, na sua Tradição Apostólica, e compare com o que nos ensinam nas Paróquias. Espero que a desagradável surpresa que você vai ter lhe ajude a soltá-lo dos grilhões. Dê tempo ao tempo para ir acostumando seus olhos até poder finalmente enxergar a verdade. Esta é a “Libertação” querida por Deus: libertação do pecado e da ignorância, e não uma luta de classes, condenada pela Igreja, mas ainda ensinada também em muitas Paróquias. 



Referências para essa matéria:

Concílio de Trento 
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=documentos&subsecao=concilios&artigo=trento&lang=bra#sessao22 

Mito da Caverna
Revista “Mente, Cérebro & Filosofia”, editora Duetto, edição especial n°1: “Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino – Pensadores da alma e das paixões”. A revista traz o link www.mentecerebro.com.br mas não encontrei essa edição que tenho no site.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A MENTIRA DE FÁTIMA


          Continuando no tema das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, eu trago do youtube um video e dois links polêmicos a princípio. O video acima é mais curto e traz a opinião de um padre português, Mário de Oliveira, que defende que as Aparições NÃO aconteceram, que foi inventado pela Igreja Católica por dinheiro.

          Aqui o link (15 min) onde procura-se desacreditar esse padre: https://www.youtube.com/watch?v=fiflETiVXb4. Aqui o link (29 min) de uma entrevista desse padre agora em 2015: https://www.youtube.com/watch?v=s41a8hCSyZM.

          Parece-me um padre sem fé, que não crê em milagres (ele diz isso na entrevista) e que não crê na Igreja. Vamos deixar algo bem claro: ele tem razão quando diz que não é obrigado a acreditar nas aparições de Fátima. A Igreja Católica não nos força a acreditar em aparições e revelações particulares, isso é verdade. Por mais estranho e horrível (para um católico) que possa parecer um padre não crer nas aparições de Fátima, é um direito dele. Realmente não faz parte da fé católica crer em aparições e revelações particulares. É bom que isso fique claro. A Igreja, quando reconhece uma Aparição (como a de Fátima) não está a dizer que Nossa Senhora apareceu, mas sim que nada do que aconteceu ali é contrário à Fé Católica. Em todo o restante o padre vai mal.

          Quando diz que a 'Senhora' que apareceu não conseguiu curar nem os próprios pastorinhos videntes (Jacinta e Francisco morreram crianças ainda de pneumonia), eu lembrei dos fariseus debochando de Jesus na cruz: "Salvou a outros, que salve a si mesmo!" (cito de cabeça). Ele achou absurdo Nossa Senhora mostrar o inferno às crianças e pedir-lhes que fizessem sacrifícios pela conversão dos pecadores. Talvez Nossa Senhora devesse ter perguntado a ele o que deveria mostrar às crianças, como se Ela não soubesse o que estava a fazer.

          Quando diz que Fátima gera muito dinheiro, bem, isso é inevitável! Se for por aí, JESUS gera dinheiro a quem quer se aproveitar. Em toda parte há pessoas que irão crer e outras que irão querer se aproveitar para ter alguma vantagem. Só podemos, nesse caso, avaliar a nós mesmos. Acho uma crítica válida sempre, nesses locais de peregrinação, orientar as pessoas à FÉ e não ao consumo, mas é inevitável. E assim como há lucros, há também muitos gastos. Daí a desacreditar as aparições por isso, é uma bobagem. Jerusalém também fatura com turistas de todo o mundo isso é, por acaso, prova de que Jesus é uma farsa? É claro que não.

          Ele (o padre Mário) apresenta como 'prova' que o cônego Formigão seria o responsável pela farsa e teria copiado as aparições de Lourdes, onde esteve pouco antes de começarem as de Fátima. Eu me pergunto: QUAL padre, bispo ou mesmo leigo que, tendo condições de visitar Lourdes (na França) não o faria? Se este tivesse sido o único padre em todo Portugal a fazer isso, até poderia ser estranho. Não é o caso.

          Na entrevista ele fala contra a Imagem de Fátima, que seria somente madeira. Meu Deus! É sério??? Ainda bem que ele falou! Bem que eu desconfiei que nenhuma pessoa fantasiada conseguiria ficar ali parada tanto tempo (como ela se alimenta?). Sem ironias agora, será que esse padre nunca estudou são Tomás de Aquino, que dizia: "Quando alguém se dirige a uma imagem, não é à imagem em si que se dirige, mas sim àquele a quem a imagem representa" (cito também de cabeça, desculpem-me não dar as referências).

          Sobre o milagre do sol, testemunhado por 70 mil pessoas e registrado na imprensa da época, nenhuma palavra. Como realizar esse falso milagre e ainda fazer com que os jornais da época concordassem com a farsa?

          E quanto às profecias que se cumpriram? O fim da Primeira Guerra, o início da Segunda...ele diz que foi adulterado o que Lucia falou. As 'provas' que ele apresenta não são nada mais que interpretações erradas de um padre que perdeu a fé. Lamentavelmente. 

          Não há como negar que algo aconteceu em Fátima em 1917. Se ele (o padre) dissesse que não acredita que foi Nossa Senhora que apareceu às crianças, ele não é obrigado a crer. Mas dizer que foi tudo inventado e uma farsa, aí ele dá uma 'prova' sim: de que tem olhos e não vê, ouvidos e não ouve. 

          Ainda estarei voltando a esse tema. 

          Wilson Junior







segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA


          Já citei antes o padre Malachi Martin, ex-Jesuíta (mas não ex-padre). Neste trecho de uma entrevista que ele deu (aúdio em inglês e legendas em espanhol), fala sobre o terceiro segredo de Fátima (muito antes do Vaticano 'revelar' no ano 2000). Na entrevista ele diz que leu mas que está sob juramento para não revelá-lo. Não creio nele como um santo, profeta ou algo assim, mas como um padre muito bem sóbrio e esclarecido, como alguém que conhece de dentro as burocracias do Vaticano (foi secretário do Cardeal Bea nos anos 60, se não me engano). Não preciso concordar com todos os seus pontos de vista mas respeito e levo em consideração como de um especialista nos assuntos da Igreja.
   
          Eu escolhi acreditar neste padre (com reservas, afinal de contas, em quem nós podemos confiar 100%, não é verdade?), que escreveu livros importantes (ainda vou ler principalmente o "Windswept House"; o dos Jesuítas já comentei aqui no Blog), sem os quais você não conseguirá entender a realidade da Igreja Católica hoje (será apenas um palpiteiro). Aquilo que ele conta sobre o terceiro segredo de Fátima bate com tudo aquilo que os santos e aparições marianas legítimas (reconhecidas pela Igreja) já alertaram durante todo o século XIX e XX.

          O que achei mais interessante nesse pequeno trecho é quando ele fala de GARABANDAL (aparições marianas não reconhecidas pela Igreja ainda, mas que o padre Martin dá um crédito, e que ainda tratarei no blog também) e de que o ponto mais terrível do segredo de Fátima fala de um PAPA que estará sob o poder de Satanás.

          O padre Malachi Martin, quando morreu, estava sob o reinado de João Paulo II. Depois deste, já tivemos Bento XVI (ainda temos, que Deus o sustente ainda por longos anos!) e o atual, Francisco. Mesmo que tenham tido seus defeitos (desde os anos 60, quando Nossa Senhora pediu que fosse revelado a todos o terceiro segredo: João XXIII, Paulo VI, JP I, JP II, Bento XVI e Francisco), será que se encaixaria em algum deles dizer que estava "sob o poder de Satanás"?

          Logicamente não estamos falando de um satanista no trono de são Pedro, mas alguém que, inconscientemente, agiria em favor do mal. É certo que, entre esses Papas citados, Paulo VI merece um capítulo a parte. Também citarei ainda Paulo VI no blog mais para a frente, mas, só por hipótese, digamos que fosse ele (Paulo VI) esse Papa "sob o poder de Satanás" de que falaria o terceiro segredo de Fátima. O Papa Paulo VI já se foi e a crise na Igreja continua (e piorou). Não pode ser este! Ao meu ver, esse Papa da profecia ainda virá, assim como o castigo previsto, já que o mundo não se converteu, não fez penitência, despreza a mensagem de Fátima e o Evangelho.
   
          Não sou pessimista nem profeta da desgraça, mas veremos nos próximos anos o desenrolar destes mistérios e penso que não virão anos agradáveis para a humanidade. Qual o nosso papel nisto tudo? Oremos, com jejuns, lágrimas e penitências, por nós e por todos. Retiremos toda irreverência da santa Missa (esse será também um tema que tratarei no blog mais para a frente), fujamos das ocasiões de pecado, lutemos contra os maus pensamentos, pecados de estimação, façamos atos de desagravo, novenas, tudo o que estiver ao nosso alcance.

          Deus nos dê a graça de uma conversão sincera e diária!


Wilson Junior

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Não se Detenha...(fonte: Missionárias da Caridade)

"Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas...
Continue, quando todos esperam que desistas.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha"

(Beata Madre Teresa de Calcutá)

domingo, 29 de novembro de 2015

FÁTIMA

     Ainda não vou entrar a fundo na história das aparições de Nossa Senhora de Fátima, mas quero comentar rapidamente três coisas sobre um livro que vi nas Paulinas por esses dias.
     Vi-o e me chamou a atenção (quase comprei). Dei uma folheada nele e me desanimou em três pontos:

01) Ele diz que a Consagração da Rússia foi realizada por s. João Paulo II em 1984, o que é absurdo. O Papa João Paulo II, em 1984, consagrou o mundo (sem citar a Rússia) e o Observatório Romano (jornal do Vaticano) ainda colocou em sua capa uma estranha oração que o Papa teria feito: "ilumina especialmente os povos de quem esperas esta consagração" (tradução livre, quem souber italiano ajude, por favor). Ele não cita a Rússia nominalmente em nenhuma de suas consagrações e a irmã Lucia foi direta sobre isso: "Nossa Senhora nunca pediu a consagração do mundo, mas sim da Rússia" (cito de cabeça).


02) Ele diz que a profecia da conversão da Rússia se deu com a queda do muro de Berlim. Isso é de uma ingenuidade inacreditável. Ou o autor está alienado, ou não entende o que seja conversão, ou usa de má fé (ou diz o que lhe falaram para dizer).

03) Ele interpreta o Terceiro Segredo de Fátima como o atentado que o Papa João Paulo II sofreu em 1981, exatamente como a interpretação do Vaticano na época em que foi revelado (ano 2000, se não me engano), o que é também um atentado à nossa inteligência. O Papa da visão é assassinado, e não só ele, diversos bispos, padres e leigos fiéis a ele. No atentado ao Papa em 1981 ninguém morreu. Dizer que a profecia era condicionada à ouvir a mensagem ou não também não ajuda, ou alguém pode chamar o mundo de convertido hoje? As coisas estão cada vez piores!

     Segue o link com a interpretação do Vaticano: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000626_message-fatima_po.html
   
     Perdi o interesse pelo livro. O próprio Ratzinger se desmentiu como Papa Bento XVI ao dizer que a mensagem de Fátima não estava ainda superada (depois de tê-la dado como encerrada no ano 2000). Ainda teremos novidades sobre isso. E não serão boas.

Wilson Junior

terça-feira, 24 de novembro de 2015

NÃO ACREDITO EM BAYSIDE, EUA

     Essas aparições aqui não considerarei em nada no estudo, mas, pra prosseguir o caminho começado em 2012, vem esse texto que é do início de 2013.

Essa já é demais para crer...mas e se...?
Wilson Jr.  17 e 29/04/2013

                Bom, vou adiantar logo de cara que não acredito nessas aparições, por mais ‘sinais’ que apresentem. Mas, como diz o ditado, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Que aparições estou falando? Das aparições de Nossa Senhora em Bayside, EUA, no século passado (portanto, bem recente e bem documentada), na década de 70.

                A vidente Verônica Lueken era uma típica dona-de-casa, mãe de cinco filhos. Em 1968, quando Verônica soube pelo rádio do assassinato de Robert F. Kennedy começou a chorar e a rezar por ele, quando sentiu um inexplicável perfume de rosas. Nesta aparição, Nossa Senhora apresentou-se como a ‘Senhora das rosas, auxílio das mães’.

                Concordo com o site de onde tirei essas informações no seguinte: “Nunca em mensagens anteriores a Mãe de Jesus foi tão dura e jamais fez denúncias tão comprometedoras, inclusive citando nomes de altos prelados que, segunda Ela, estariam a ‘serviço de Satanás’ e agindo corruptamente dentro do Vaticano”.

                Além do que sempre é pedido (orações, penitências, conversão), o que surpreende nestas aparições começo a relatar agora:

01)   “Em 27 de setembro de 1975, para estarrecimento de todos, a Senhora menciona que na cátedra de Pedro havia ‘um impostor criado a partir das mentes dos agentes de Satanás’ assumindo o lugar de Paulo VI. Suplicou à Verônica que proclamasse sobre os telhados que ‘os melhores cirurgiões plásticos foram usados para criar esse impostor’”. O Papa Paulo VI verdadeiro seria um prisioneiro no Vaticano.

02)   “Nossa Senhora das Rosas denunciou que o sucessor de Paulo VI/impostor, que fora João Paulo I, reinou apenas 33 dias porque ‘foi assassinado por envenenamento’”.

03)   Nestas aparições a Senhora cita três nomes (de Cardeais): Villot, Benelli e Casaroli como agentes de Satanás. Chega a dizer: “Casaroli, condenareis vossa alma ao inferno! Giovanni Beneli, que caminho haveis tomado? Estais no caminho que leva ao inferno e à condenação. Villot, líder do mal, apartai-vos desses traidores; não sois desconhecido para o Pai”

04)   Ela revela o terceiro segredo de Fátima, não revelado pelo Vaticano (até então): “Eu vos adverti que satanás entraria nos mais altos reinos da hierarquia de Roma. O terceiro segredo, filha minha, é que satanás entraria dentro da Igreja de meu Filho”.

05)   “Em 18 de junho de 1986, Durante a vigília de orações, mil e quinhentas pessoas foram testemunhas do ‘milagre do sol’ que girou exatamente como ocorrido no episódio de Fátima”.

Minhas considerações sobre isso:

 (1) É algo grave demais, inacreditável demais, não há como enganar tantos com algo tão incrível. O Papa Paulo VI nunca foi bom, desde quando era bispo e secretário do Papa Pio XII, que o afastou do cargo por ter sido provado que ele passava informações confidenciais à Rússia. O padre Luigi Villa foi o responsável por essa cassação e de muitas outras coisas estarrecedoras contra o bispo Montini, futuro Papa Paulo VI. “Nossa Senhora” o defende. Diante das evidências da História, é difícil defender Paulo VI. Se ele tivesse sido trocado por outra pessoa explicaria muita coisa. Considero quase impossível isso ter acontecido. Há acusações (não de ‘Nossa Senhora’) de que a irmã Lúcia teria sido substituída por uma sósia também. As evidências apresentadas são bem melhores do que essas de Paulo VI. Porém, todas as duas são questionáveis e improváveis. No caso de Paulo VI, envolveria o Vaticano inteiro numa mentira. No caso da irmã Lucia, um convento inteiro numa mentira. E não é uma mentirinha, uma mentira mortal. Considero (minha opinião) impossível no caso de Paulo VI e improvável no caso da irmã Lucia (embora não impossível; quando escrever sobre Nossa Senhora de Fátima, volto nessas acusações).

(2) Parece-me também muito inacreditável que Nossa Senhora venha revelar um assassinato cometido dentro do Vaticano, como se fosse uma detetive ou delatora. Uma coisa é uma profecia relativa ao futuro (e condicional à ouvir ou não a sua mensagem), outra coisa é essa acusação sobre o que estaria acontecendo no Vaticano. Só pra esclarecer: eu acredito, pelas evidências que já estudei, que João Paulo I foi assassinado SIM, mas não acredito que Nossa Senhora viria dos Céus para nos dizer isso. Outro ponto: se o Paulo VI impostor estava no comando, ele era um falso Papa. Os que viriam após ele seriam legítimos? Não sei dizer, mas considero impossível a questão.

(3) Parece-me também demais que Ela venha denunciar pessoalmente três cardeais. Se eles têm culpa no cartório (e é bem provável que não tenham sido nada bons; todos eles estão na lista do jornalista Mino Pecorelli, que foi assassinado na Itália, e que denunciou nesta lista mais de 100 bispos católicos iniciados na Maçonaria) não são os únicos. Seria uma maneira totalmente nova de Nossa Senhora se manifestar aos homens. Estranho demais. Imagine que Nossa Senhora viesse acusar pessoalmente todo Cardeal que se desvia da Sã Doutrina! Ela não faria outra coisa até o fim do mundo.

(4) As evidências de que o terceiro segredo de Fátima fala de uma apostasia na Igreja, e vindo de cima, não é novidade. Isso parece muito mais um intuito de enganar e arrastar as pessoas com esse sensacionalismo.

(5) É próprio do demônio ficar repetindo o que foi feito por ação de Deus. Repetir o tal ‘milagre do sol’ realizado em Fátima é esquisito. Por outro lado, Jesus, nos Evangelhos, multiplica os pães DUAS vezes. Não consegui encontrar notícias de jornais sobre esse fenômeno acontecido (mesmo sendo de 1986; o de Fátima, em 1917 eu consegui encontrar!).

Conclusão: as aparições não são reconhecidas pela Igreja, as ‘revelações’ são bombásticas demais, quem quer que tenha aparecido à vidente Verônica, é difícil acreditar que tenha sido Nossa Senhora. Ninguém é obrigado a acreditar em revelações particulares, e nessa eu realmente não acredito. Não há santos nesta época que confirmem o que aconteceu como verdadeiramente mensagens do Céu.


Fonte das aparições: site do “Últimas e derradeiras graças”.

sábado, 21 de novembro de 2015

ROMA SERÁ A SEDE DO ANTICRISTO?

   Polêmica é um dos meus nomes e não tenho medo disso. Na próxima parte do estudo trato sobre as aparições de Nossa Senhora de La Salete, na França, no século XIX. Este texto também é de 2012. Estão acabando os antigos e logo chegaremos aos novos.

“Roma será a sede do Anticristo”
Wilson Jr – 27 e 28.12.2012

Melanie, o que eu te vou dizer agora não será um segredo para sempre. Tu podes publicá-lo em 1858” (N.S.Salette). Obviamente não vou me prender em toda a história das aparições de Nossa Senhora de La Salette, mas quem quiser pesquisar mais, há fartos sites sobre, indico um: http://www.derradeirasgracas.com/4.%20Apari%C3%A7%C3%B5es%20de%20N%20Senhora/Nossa%20Senhora%20de%20La%20Salete.htm

Quanto às suas profecias, vamos procurar relacioná-las com o que já foi visto. O segredo revelado apenas a Melanie (mas não a Maximino) em 1846, foi entregue o texto do segredo ao Papa Pio IX em 1851 e publicado em sua totalidade apenas em 1879. É interessante também citar que o segredo não está incluído na aprovação dada pela Igreja à aparição, pois só foi divulgado depois.

Os sacerdotes, ministros de meu Filho, os sacerdotes, por causa da sua vida má, pelas suas irreverências e pela sua impiedade ao celebrar os santos mistérios, pelo amor ao dinheiro, o amor às honras e aos prazeres, os sacerdotes converteram-se em cloacas de impureza. Sim, os sacerdotes provocam a vingança e a vingança pende sobre suas cabeças”.

É impressionante o linguajar utilizado para designar os sacerdotes: “cloacas de impureza”. Se essa declaração fosse aos dias de hoje, estaria perfeita: má vida, irreverência e impiedade ao celebrar, amor ao dinheiro, às honras e prazeres...mas em 1846? Estava tudo tão ruim assim já? Ou era já uma projeção ao futuro? Se era para ser divulgado em 1858, imagino que seria para prevenir que essas coisas não acontecessem. O que veio depois de 1858 (ou de 1879, quando foi divulgado)? Nesse ano em que foi pedida a divulgação aconteceu outra aparição mariana: a de Lourdes (mas essa veremos depois).

 O que sabemos e que bate com o que Nossa Senhora alerta é a heresia chamada de MODERNISMO. Esta apareceu “nos finais do século XIX” (segundo a Wikipedia) e entre seus principais pensadores estão: padres Salvatore Minochi, Romulo Murri, Ernesto Buonaiuti, George Tyrrel, Alfred Loisy, e o escritor Antonio Fogazzaro (segundo a Montfort). O que há de tão horrível assim nesta heresia, a ponto de Nossa Senhora chorar em La Salette pelos sacerdotes? Veremos também mais adiante, quando são Pio X, no início do século XX, a condenar textualmente. Por ora voltaremos às profecias.

Deus permitirá que a antiga serpente ponha divisões entre os soberanos, em todas as sociedades e em todas as famílias. (A humanidade) sofrerá penas físicas e morais. Deus abandonará os homens a si mesmos e enviará castigos que se hão de suceder durante mais de 35 anos”.

Logicamente estou separando algumas frases, pois o texto mesmo é bem longo. Essa frase chama atenção por ser, à primeira vista, uma injustiça: Deus abandonará os homens a si mesmos. Que isso aconteça com aqueles que O abandonaram, mas e quanto às crianças, por exemplo? Logicamente esta profecia é para aqueles que perseverarem no mal (no Modernismo?). E o “durante mais de 35 anos”? Se contarmos até o final do reinado de são Pio X vamos ter mais ou menos esse tempo, mas será que é isso? Não pode ser, pois somente após são Pio X (que foi quem caçou o Modernismo dentro da Igreja) é que vieram duas Grandes Guerras Mundiais, por exemplo. Logo após são Pio X, o Papa Bento XV já não foi tão enérgico no combate ao Modernismo.

Que o Vigário de meu Filho, o Sumo Pontífice Pio IX, não saia de Roma depois de 1859; mas que seja firme e generoso, que combata com as armas da fé e do amor. Eu estarei com ele”.

Em 1869 Pio IX inicia o Concílio Vaticano I. Por que o “não saia de Roma”?

Que o Papa se acautele contra os fazedores de milagres, porque chegou o tempo em que se hão de operar os mais espantosos prodígios na terra e no ar”.

Quais foram esses prodígios realizados de maneira espantosa e que Nossa Senhora pede que o Papa se acautele? Serão os estigmatizados? Fora estes, quem impressionou mais ou menos de maneira espantosa nessa época talvez tenham sido os Pentecostais protestantes. Quem tiver outra sugestão sobre quem Nossa Senhora está falando, que apresente.

No ano de 1864, serão libertados do inferno Lúcifer com um grande número de demônios; eles abolirão a fé pouco a pouco, mesmo nas pessoas consagradas a Deus. irão cegá-las de tal forma que, salvo se elas forem abençoadas por uma graça especial, essas pessoas assimilarão o espírito desses anjos maus. Muitas casas religiosas perderão completamente a fé e muitas almas irão se perder”.
O que aconteceu em 1864? Parece-me evidente que se fala do Modernismo, é a única coisa que se encaixa aqui (inclusive o Pentecostalismo também se encaixa no Modernismo). A assimilação do “espírito” dos anjos maus estaria ligada ao Pentecostalismo? Não foi o “reavivamento” protestante, que influenciaria muitos católicos, incluindo o futuro Papa João XXIII, e, mais à frente, dando início à Renovação Carismática Católica?

O que vem a seguir é incrível demais para uma tentativa de interpretação. É preciso meditar nas palavras de Nossa Senhora e começarmos a orar, com jejuns, lágrimas e penitências, clamando sem cessar a misericórdia de Deus.

Os livros maus abundarão na Terra e os espíritos das trevas espalharão, por toda a parte, um relaxamento universal por tudo o que seja serviço de Deus; e terão um enorme poder sobre a natureza. Haverá igrejas dedicadas ao culto desses espíritos. Certas pessoas serão transportadas de um a outro lugar por esses maus espíritos, e até sacerdotes, porque eles não serão conduzidos pelo bom espírito do Evangelho, que é um espírito de humildade, de caridade e de zelo pela glória de Deus.

Em algumas ocasiões, os mortos e os justos serão trazidos de volta à vida (isto é, esses mortos tomarão a aparência das almas justas que viveram na Terra, para melhor seduzir os homens. Esses ditos mortos ressuscitados não serão mais do que o demônio sob as suas figuras, e pregarão outro evangelho, contrário ao do verdadeiro Jesus Cristo, negando a existência do Céu, quer ainda a existência das almas dos condenados. Todas essas almas aparecerão como que unidas aos seus corpos). E serão vistos, por toda a parte, prodígios extraordinários, porque a fé verdadeira se extinguiu e a falsa luz ilumina o mundo. Ai dos Príncipes da Igreja que se tenham apenas dedicado a acumular riquezas e salvaguardar a sua autoridade, e a dominar com orgulho!

Aterrador. Nem sei o que dizer, de imediato. Quem, hoje em dia, tem conhecimento das profecias de La Salette? E pra quê ter conhecimento do que disse Nossa Senhora se o Espírito Santo fala em nós (e até ora em nós), não é mesmo? Será o Espírito Santo mesmo ou será que estamos seguindo a nós mesmos? Talvez mais pra frente eu volte nesse ponto, que parece inacreditável demais.

O Vigário do meu Filho terá muito que sofrer, porque um tempo a Igreja será entregue a grandes perseguições – será o tempo das trevas. A Igreja terá uma crise medonha. Esquecida a santa fé de Deus, cada indivíduo quererá governar-se por si mesmo e ser superior aos seus semelhantes”.

Qual é esse Papa que terá muito que sofrer? Pio IX? Ou essa profecia é bem mais para frente? Cada indivíduo querer governar-se a si mesmo, esquecendo a fé de Deus, parece-me o subjetivismo pentecostal. Quem na Igreja hoje sabe dizer o que é a heresia do Modernismo? Mas estão todos cheios do Espírito Santo (mesmo fora da Igreja Católica, mesmo que não saibam nada da verdadeira fé).

O Santo Padre sofrerá muito. Estarei com ele, até o fim, para receber o seu sacrifício. Os malvados atentarão muitas vezes contra a sua vida, sem poder pôr fim aos seus dias; nem ele, porém, nem o seu sucessor (Nota escrita por Mélanie na margem de seu exemplar: ‘que não reinará por muito tempo’) verão o triunfo da Igreja de Deus”.

Aqui lembra-me o que Nossa Senhora diz em Fátima sobre o sofrimento do Papa. Mas nem ele (qual deles?) nem seu sucessor (que terá pouco tempo; João Paulo I?) verão o triunfo da Igreja. É inevitável lembrar de João Paulo I (que só governou por 33 dias) quando se fala de um reinado curto. Se for dele que estava falando, então o Papa que sofre é Paulo VI (!!!). Não sei se Paulo VI sofria pela crise da Igreja, mas que ele fez sofrer, fez, afinal, qual Papa, no século XX, beneficiou mais o Modernismo que Paulo VI? A não ser...que as profecias de Nossa Senhora de Bayside sejam verdadeiras...mas essas não são reconhecidas pela Igreja...e são inacreditavelmente terríveis...terríveis demais...

É contada muitas e muitas coisas, e iremos dar uma acelerada até o ponto que os sedevacantistas costumam se apegar bastante. Mas, antes da frase que dá título a esse artigo, mais um parágrafo interessante.

Haverá no mundo uma espécie de falsa paz. Não se pensará senão em divertimentos. Os malvados se irão entregar a todo o gênero de pecados. Porém, os filhos da santa Igreja, os filhos da fé, os meus verdadeiros imitadores, crescerão no amor de Deus e nas virtudes que me são mais queridas. Ditosas as almas humildes, dirigidas pelo Espírito Santo!”

Estará falando do mundo ou também dentro da Igreja, quando fala de divertimentos? Com tantos bingos, carnavais para Jesus, micaretas cristãs, a própria Missa virando um show...não sei...não se vê quem busque virtudes, mas se vê muito quem busque carismas ou coisas materiais!

Roma perderá a fé se tornará a sede do anticristo”.

Essa é a frase usada para justificar que, após o Concílio Vaticano II, ou após o Papa Pio XII, quando aparentemente o Modernismo triunfa na Igreja de maneira visível e oficial, o Vaticano (Roma) perderá a fé. Mas...seria isso possível? O inferno não estaria prevalecendo sobre a Igreja dessa forma? Se tivesse sido dito apenas que Roma seria a sede do anticristo, tudo bem, pois iria apenas designar um local onde o anticristo concentraria mais as suas forças, mas...e esse “Roma perderá a fé...”?

Talvez “Roma” signifique que até mesmo o Papa (ou mais de um) perderá a fé. Assim poderia ser, mas a Igreja como um todo? Nunca! Pouco antes da publicação do segredo tinha acontecido o Concílio Vaticano I, declarando o dogma da infalibilidade papal, como de repente a Igreja abandonaria a fé? Por mais que os Sedevacantes queiram fazer malabarismos, não há como conciliar isto. No caso de um Papa sim, no caso da Igreja não.

No caso de um Papa sim, eu escrevi. Qual? Já veio ou ainda virá? Se levar em conta que essa grande crise é mesmo a heresia do Modernismo, então esse Papa eu diria que é Paulo VI. Se for mais de um, inclui-se João XXIII. Como ter certeza? Julgando pela fé católica, pelas profecias de Nossa Senhora e santos. Logicamente, tudo isto são hipóteses. O problema das hipóteses é que cabem outras. Caberiam até mesmo hipóteses a favor de Paulo VI e João XXIII. Querem ver?

A Igreja será eclipsada, o mundo estará em aflição. Porque, eis que chegam Enoque e Elias, cheios do Espírito de Deus; eles pregarão com a força de Deus, e os homens de boa vontade acreditarão em Deus, e muitas almas serão consoladas. Farão grandes progressos pela virtude do Espírito Santo e condenarão os erros diabólicos do Anticristo”.

Pensando bem, eu iria interpretar ‘Enoque e Elias’ como os dois Papas do Concílio Vaticano II, mas se olharmos bem, eles não pregaram ‘com força’ (de maneira dogmática, mas pastoral) e não fizeram os ‘homens de boa vontade’ (maçonaria?) acreditarem em Deus (no verdadeiro). Também não condenaram erros nenhum (longe disto).

O sangue correrá por toda a parte. Quem poderá vencer se Deus não diminuir o tempo da prova? Pelo sangue, as lágrimas e as orações dos justos, Deus se deixará aplacar. Enoque e Elias serão martirizados. Roma, pagã, desaparecerá. Cairá fogo do céu e consumirá três cidades. Todo o universo será presa de terror e muitos se deixarão seduzir, porque não adoraram o verdadeiro Cristo, que vivia entre eles. Chegou o tempo; o sol está escurecendo; só a fé sobreviverá”.

Sangue, lágrimas e orações! Assim se combate! É preciso ter coragem de um mártir! Que Deus nos dê essa coragem, mas o ponto principal não é se Deus vai nos dar ou não essa coragem...o ponto principal é se NÓS queremos essa coragem! Deus faz 99% de tudo, mas esse nosso 1% que precisamos dar atrapalha-nos demais!

Um ponto interessante: “Roma, pagã, desaparecerá”. Se Roma havia perdido a fé e se tornado a sede do anticristo, já não havia nada de Roma. Porém, na restauração prometida é a Roma ‘pagã’ que desaparecerá. Isso faz pensar que as duas Romas estarão agindo, e logicamente a fiel a Deus vencerá.

Gostaria de acrescentar um comentário agora, no final, sobre a parte da mensagem que fala que mortos e justos voltarão à vida, demônios tomarão a forma desses que voltarão à vida e farão prodígios extraordinários. Parece-me inacreditável demais! E isso não aconteceu, pelo menos não ainda. Não tenho conhecimento de ninguém que tenha ressuscitado e esteja fazendo milagres. Se isso acontecer mesmo, como é que se irá provar que não é da parte de Deus? Mesmo que esteja pregando contra a fé, com toda certeza, uma multidão irá acompanhá-lo.

Bom, há quem coloque em dúvida essas profecias como acréscimos duvidosos, http://advhaereses.blogspot.com.br/2012/03/roma-nao-sera-sede-do-anticristo.html, e lembro novamente que essas profecias não são reconhecidas pela Igreja, por terem sido anunciadas depois, mas a vidente é a mesma, Mélanie (embora somente ela, Maximino não confirmou). Enfim, coisas a favor, coisas contra.

A mensagem de La Salette segue a mesma linha das outras em seu tempo: crise no clero, sofrimento do Papa, etc, se encaixa perfeitamente entre os “profetas da desventura” que João XXIII citou no início do Concílio Vaticano II.

Nossa Senhora de La Salette, rogai por nós!

P.S.: Nunca ouvi falar nem se existe um processo de beatificação para os videntes de La Salette, embora seja uma aparição reconhecida pela Igreja. Nem para Mélanie nem Maximino. Por que tanta pressa em beatificar e canonizar os nossos últimos Papas? Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I e II: quanto empenho em canonizar estes (Pio XII nem tanto) enquanto, além de Mélanie e Maximino, nem se fala da irmã Lúcia, vidente de Fátima, por exemplo (ou na canonização dos outros dois pastorinhos, Jacinta e Francisco).  As ‘virtudes heróicas’ dos últimos Papas estão tão evidentes assim? Será que só eu não consigo ver?



quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O MITO DA IDADE MÉDIA


E aqui estamos nós, nas “trevas” medievais. A autora inicia o livro ironizando os críticos medievais, que consideram a Idade Média como uma época de “mortes, massacres, cenas de violências, fomes, epidemias”. Ela ri de um encontro (universitário) realizado em 1964 na França cujo tema era: “A Idade Média seria civilizada?”: “Desejamos”, diz a autora, com ironia, “para conforto moral dos participantes, que nenhum tenha tido, ao voltar para o seu domicílio, de passar diante da Notre Dame de Paris. Podia ter sentido um certo mal-estar”.

A Idade Média significa sempre: época de ignorância, de embrutecimento, de subdesenvolvimento generalizado, muito embora tenha sido a única época de subdesenvolvimento durante a qual se construíram catedrais”, ironiza a autora, mais uma vez, como também quando comenta sobre uma jornalista, que teria declarado a respeito de um acontecimento atual: “execuções duma selvageria quase medievais!”.  Sua resposta é constrangedora: “Saboreemos este ‘quase’. Certamente, no século dos campos de concentração, dos fornos crematórios e do Goulag, como não ficar horrorizado com a selvageria dos tempos em que se esculpia o portal de Reims ou o de Amiens”.

No decorrer do livro a autora (Regine Pernoud, desculpe) vai desconstruindo as idéias que normalmente temos da Idade Média, e que são baseadas em preconceitos e lendas, como serem os medievais “desajeitados e inábeis”, “grosseiros e ignorantes”, época de “indolência e barbárie”, “a mulher sem alma”, etc. Ela mostra com fatos históricos como a mulher era valorizada na Idade Média, e que somente a partir do Renascimento (na Idade Moderna) ela passa a ser renegada a um segundo plano. Até mesmo quando fala das bruxas que foram queimadas ela esclarece que, não na Idade Média, mas já era também na Idade Moderna.

Regine Pernoud é especialista em Idade Média, este é o segundo livro seu que leio e recomendo. Para desfazer esses mitos que são tão vivos em nós sobre a Idade Média, somente o estudo mesmo. É fato que muito do preconceito sobre os medievais vem de que esta seria uma época totalmente “católica” (ou seja, um preconceito religioso) ou “cristã” (dá no mesmo). Até mesmo essa imagem que temos de que a Igreja Católica mandava no mundo a autora mostra que não era bem assim, com o exemplo do Papa que foi expulso de Roma (Urbano II) e ficou exilado na França, entre outros.


Não é um livro muito grande, mas riquíssimo. Se você quer alimentar suas ideologias revendo a História a seu favor (como fazem os marxistas), esqueça! Seja feliz na sua ignorância! Se quer aprender História através de fatos históricos, quer sejam a favor ou contra suas convicções, com a intenção de chegar o mais perto possível da verdade (ao menos em busca desta),  esta autora e este livro são um bom começo. 

Wilson Junior

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

MARIE JULIE JAHENNY E SUAS VISÕES SURPREENDENTES

Essa daqui é fantástica! Vale a pena conhecer! Mais um texto antigo, mas precisamos concluir o que já vi para depois continuar de onde parei, não é mesmo?

As visões de Marie-Julie Jahenny
Wilson Jr. 11.12.2012
Marie-Julie não foi beatificada nem canonizada. Procurei rapidamente pela internet e não achei nada que indicasse que há, pelo menos, um processo de investigação sobre ela. Mas, pelo caráter de sua vida e fenômenos que se manifestaram, pode ser citada neste estudo. Fonte: http://www.communityofhopeinc.org/Prayer%20Pages/Saints/marie%20julie.html

Ingressou na Ordem Terceira Franciscana com 20 anos (1870), três anos depois recebeu os estigmas (além das cinco chagas, sofreu as feridas da coroa de espinhos e a cruz na cabeça e ombros, entre outras). Foi agraciada com muitas visões, algumas iremos ver neste estudo.

Em 1880, durante um êxtase, ela descreveu: “O Sumo Pontífice lança uma oração agonizante a seu povo, aos filhos dos quais é o pai. É uma espada para a minha alma...eu vejo aves brancas que levam em seus bicos seu sangue e pedaços de sua carne. Eu vejo a mão de Pedro quebrada pelo prego como o de Deus. Vejo suas roupas cerimoniais em farrapos, roupas que vestem sua dignidade para derrubar Deus do altar. Eu vejo tudo em meu sol (Nota: a palavra poderia ser ‘filho’ em vez de ‘sol’ – em inglês a palavra ‘sun’ é sol e ‘son’ é filho). Oh, como eu sofro!

Salta aos olhos o que destaquei sublinhando: ‘aves brancas’ que levam o sangue e pedaços de carne do Papa. Quem são essas aves brancas? Seriam os bispos? Mas na visão de são João Bosco, os bispos se reúnem COM o Papa e não CONTRA ele. Porém, a beata Ana Catarina Emmerich diz que vê o Papa rodeado de falsos amigos. Logicamente, não há uma unanimidade nos bispos, alguns estarão a serviço de Cristo e outros, infelizmente, a serviço do mal (conscientes ou não). Isso está claro até nos Evangelhos (o joio e o trigo). Qual Papa? Será que o Papa que Marie-Julie vê é o mesmo que são João Bosco e os pastorinhos de Fátima vêem? Serão vários Papas ou essas visões dizem respeito a um determinado Papa?

A ‘mão quebrada’ de Pedro também é interessante. Isto poderia se encaixar na colegialidade que hoje existe na prática, embora na teoria o Papa é a cabeça visível da Igreja ainda, mas claramente sem poder de comando total. A colegialidade foi, sem sombra de dúvida, coroada no Concílio Vaticano II, na confusa Lumem Gentium (um documento que possui, em seu final, uma ‘nota explicativa’, que acaba sendo uma confissão de que não ficou claro o seu texto).

Quanto às roupas cerimoniais em farrapos, também poderíamos citar o Concílio Vaticano II e Reforma Litúrgica do Papa Paulo VI, afinal, foi após o Concílio que os padres deixaram de usar a batina (se foi culpa do Concílio não sei, mas foi após ele que se permitiu). A batina,no entanto, não é a roupa da cerimônia. Os trajes a serem usados na Santa Missa continuam. Por que estão em “farrapos”? será somente a roupa do Papa ou do clero em geral? Será espiritual a mudança (a Missa nova?)?

Em 1884 Nossa Senhora diz a Marie-Julie: “A crise explodirá repentinamente, os castigos serão compartilhados por todos e acontecerão um após o outro sem interrupção...os três dias de escuridão serão a quinta, sexta e sábado. Os dias do Santíssimo, da Cruz e de Nossa Senhora...a terra será coberta de escuridão...e o inferno será libertado na terra. Trovões e relâmpagos farão com que aqueles que não têm fé nem confiança em Meu poder morram de medo...durante esses três dias de escuridão aterradora, nenhuma janela deverá ser aberta, porque ninguém será capaz de ver a terrível cor que terá nesses dias de castigo sem morrer...o Céu estará ardendo, a terra se partirá...durante esses três dias de trevas que se acenda a vela abençoada em toda parte, nenhuma outra luz brilhará...ninguém fora de um abrigo sobreviverá. A terra tremerá como no juízo e o terror será enorme...apenas as velas de cera benta darão luz durante essa terrível escuridão. Uma vela só bastará para a noite dessa noite de inferno...nas casas dos ímpios e dos que blasfemam estas velas não darão nenhuma luz...tudo será sacudido, menos o móvel em que repousa a vela benta...vocês vos juntareis ao redor do crucifixo e minha santa imagem. Isto é o que manterá afastado esse terror...durante esta escuridão, os demônios e os ímpios tomarão formas das mais horríveis...nuvens vermelhas como sangue se moverão pelo céu. O trovão estrepitoso estremecerá a terra e sinistros relâmpagos riscarão os céus fora do tempo. A terra será sacudida desde seus alicerces. O mar de levantará e suas ondas furiosas se estenderão sobre os continentes...a Terra se tornará um enorme cemitério. Os corpos dos ímpios e dos justos cobrirão o solo. Três quartos da população mundial desaparecerão. Metade da população da França será destruída”.

Estes famosos três dias de escuridão são citados, segundo o site, por vários santos (não sei quais), inclusive por Padre Pio de Pietrelcina (nunca li nada sobre isso). Sem dúvida, a mensagem de Marie-Julie se encaixa perfeitamente no que o Papa João XXIII, na abertura do Concílio Vaticano II, chamará de “profetas da desventura”. Nota-se logo de cara que essas profecias ainda não se realizaram. Não houve (ainda) esses três dias de escuridão onde ninguém deve abrir a janela (para não ser morto), onde apenas as velas bentas irão ter luz, onde os demônios tomarão formas horríveis, onde apenas um quarto do planeta estará vivo. Li comentários de incrédulos em fóruns pela internet em que debochavam dessas mensagens e, cá pra nós, é realmente aterrador e incrível. Mas, uma coisa seria EU dizer que essas coisas irão acontecer, outra coisa é uma mulher religiosa, com os estigmas de Cristo, que passou 5 anos se alimentando apenas da Eucaristia (e depois, nos seus últimos anos, também) falar tudo isso.

Surpreendente também é o que Marie-Julie relata no início do século XX. Entre 1902 e 1904, ela relatou: “E eu os advirto. Os discípulos que não são do Meu Evangelho estão trabalhando duro para refazê-lo segundo as suas ideias e sob a influência do inimigo das almas uma Missa que conterá palavras odiosas à minha vista...quando chegar a hora fatídica quando os meus sacerdotes serão postos à prova, serão (estes textos) os que serão celebrados neste segundo período...o primeiro período é o do Meu sacerdócio, que existe desde que Eu o fundei. O segundo é o da perseguição, quando os inimigos da fé e da santa religião, que imporão suas fórmulas, no livro da segunda celebração...esses espíritos infames são aqueles que Me crucificaram e estão esperando o reinado do novo Messias”.

Não há como não falar da reforma litúrgica de Paulo VI e sua nova Missa, ou será que se está falando especificamente de uma Missa negra? Ora, missas negras não são novidades, por que esta seria específica? E além do mais, diz que durante o ‘segundo período’ os textos serão celebrados pelos sacerdotes. Estaria falando, não do rito novo em si, mas das aberrações que vieram a partir dele? Como por exemplo: missas afro, gaúcha, tango, etc?

“Nesta aberração, os sacerdotes quebrarão seus juramentos...pelo pouco respeito que tem para com os Apóstolos de Deus, o rebanho se torna indiferente e deixa de observar as leis. O próprio sacerdote é responsável por esta falta de respeito, porque ele próprio não respeita seu sagrado ministério, e o lugar que ocupa nas suas funções sagradas, o rebanho segue os passos de seus pastores; e isso é uma grande tragédia...o clero será severamente castigado por sua veleidade inconcebível e sua grande covardia que lhe é incompatível com suas funções...um terrível castigo está preparado para aqueles que erguem todas as manhãs a pedra do Santo Sacrifício. Eu não vim para seus altares para ser torturado. Sofro mil vezes mais por esses corações do que nenhum outro. Vos absolvo dos vossos pecados grandes, meus filhos, mas não pode conceder nenhum perdão a estes sacerdotes”.

Sem dúvida, fala de celebrações sacrílegas. Novamente, é impossível não imaginar a Missa nova do Papa Paulo VI com suas inovações. Não se pode, porém, imaginar que o Santo Sacrifício seria extinto (a não ser por pouquíssimos, que continuariam celebrando no rito gregoriano), isso seria a vitória do inferno sobre a Igreja (o que é impossível). Assim, só podemos conceber que a Santa Missa atual é válida, mesmo sacrílega. Como pode?

Marie-Julie diz que “aqueles que governam o rebanho” serão os culpados pela crise que virá. O comunismo não teria triunfado se a Igreja tivesse permanecido fiel. Ela menciona um Papa que, no último momento, inverterá a sua política e fará um apelo solene ao clero, mas não será obedecido. Pelo contrário, uma Assembléia de bispos vai exigir ainda mais liberdade, declarando que já não obedecerão ao Papa. Marie-Julie, então, diz que a Revolução Vermelha estourará. Ela fala de uma “religião horrível” que substituirá a Fé Católica, e vê “muitos, muitos bispos” abraçando esta “religião sacrílega e infame”.

Será que essa assembleia de bispos exigindo liberdades é o Concílio Vaticano II ou um terceiro Concílio do Vaticano? Sim, porque a “revolução vermelha” já estourou! Poderia ser que Bento XVI tentasse esse apelo ao clero, mas os bispos exigissem um outro Concílio, como muitos já até pediram (incluindo o herege Hans Kung).

Não deixarão neste caminho odioso e sacrílego. Irão ainda mais longe para envolver tudo no instante, e de um só golpe, a santa Igreja, o clero e a Fé de meus filhos...novos pregadores com novos sacramentos, novos templos, novos batismos, novas confraternidades”. Assustador! Não pode estar falando do protestantismo, que poderia bem se encaixar nesses novos “pregadores, sacramentos, templos, batismos e confraternidades”, mas está falando da Igreja Católica, de algo que acontecerá DENTRO da Igreja Católica. O que trouxe novos sacramentos, templos, batismos e confraternidades? O Concílio Vaticano II? A Renovação Carismática? Os novos movimentos (focolares, neocatecumenato, etc)? Quem se aventura numa resposta? Se a “Revolução Vermelha” já estourou (a Revolução Russa e o comunismo ateu), então essa realidade de novos “pregadores, sacramentos, templos, batismos, confraternidades” JÁ ESTÁ ACONTECENDO! O que é?

Há muito mais coisas sobre Marie-Julie e suas visões, mas vamos parar por aqui.

A preparação a esses tempos de crise vem de longe. Mas, num tempo em que todos falam com Jesus, com Maria e com o Espírito Santo diretamente, por que ouviriam esses apelos através de aparições extraordinárias de Nossa Senhora ou de santos?


Próximos passos no estudo: Nossa Senhora de La Salette e o início do Pentecostalismo Protestante moderno. 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Santa Catarina Labouré

Mais um texto antigo que merece ser compartilhado.
Ainda tenho alguns outros...

Santa Catarina Labouré e a medalha milagrosa de Nossa Senhora das Graças
Wilson Jr.  14 e 21/11/2012

                Em 1815, após a morte de sua mãe, uma menina de 9 anos retirou uma imagem de Nossa Senhora da parede, beijou-a e pediu-lhe que substituísse a sua mãe, agora falecida. Ela não tinha ideia de que isso iria acontecer de maneira extraordinária.

                Não vou me prender nos detalhes da vida da santa, estes podem ser lidos na internet. Em HTTP://www.catolicismo.com.br, por exemplo.

                Em 1830, já no convento, Catarina foi acordada no meio da noite por um menino (seu anjo da guarda), que lhe chamou até a Capela, onde disse que a Santíssima Virgem a esperava. Foi o primeiro encontro. Nossa Senhora lhe revelou algumas coisas que aconteceriam na França, e em outro encontro mostrou a ela a medalha que ela deveria pedir ao seu confessor que fosse feita (a medalha que conhecemos de Nossa Senhora das Graças).

                Através da medalha, muitas graças aconteceram na vida de quem as recebeu, e por isso ela ganhou o nome de medalha ‘milagrosa’. Somente no final de sua vida é que souberam que ela tinha sido a irmã privilegiada que recebeu essa missão de Nossa Senhora. Sua vida foi de recolhimento, oração, modéstia. Foi beatificada por Pio XI em 1933 e canonizada por Pio XII em 1947. Seu corpo permanece incorrupto até os dias de hoje.

                Onde se encaixa no estudo essas aparições marianas na vida de santa Catarina Labouré? Houve uma preparação! Nossa Senhora antecipou algumas coisas particulares (relativas à França) e fez aumentar a devoção mariana, através da medalha milagrosa. Vejamos algumas das mensagens:
                “Deus deseja te encarregar de uma missão. Tu encontrarás oposição, mas não temas...os tempos estão difíceis para a França e para o mundo. Vai ao pé do altar, graças serão derramadas sobre todos, grandes e pequenos, e especialmente sobre os que as buscarem...haverá muitas perseguições, a cruz será tratada com desprezo, será derrubada e o sangue correrá”.

                Outro site: HTTP://profeciasdenossasenhora.blogspot.com.br  (onde peguei esta mensagem).

                Tempos difíceis para a França e para o mundo. Poderíamos perguntar: por que tanta fixação na França durante o século XIX? Houve essa aparição a santa Catarina, e ainda as aparições de La Salette e Lourdes! Qual o papel da França nisso tudo?

                Em outro site (HTTP://www.filhasdacaridade.com.br) traz algumas coisas interessantes para nossa meditação. Na primeira aparição (foram três ao todo), Nossa Senhora lhe diz: “Venha aos pés deste altar. Aqui, as graças serão derramadas sobre todas as pessoas que pedirem com confiança e fervor: grandes e pequenos. As graças serão derramdas particularmente sobre as pessoas que as pedirem”.

                Interessante! “Aqui” onde serão derramadas as graças é “aos pés do altar”, ou seja, na santa Missa. Mas não foi sempre assim? Nossa Senhora viria de maneira extraordinária para dizer algo que, em teoria, todos sabem? A não ser que: esta verdade estivesse ficando esquecida pelos fiéis ou que fosse uma preparação para algo (por isso um pedido especial do Céu de maneira mais intensa). Quem tiver outras hipóteses que as apresente.

                Que a importância da santa Missa fique, por vezes, esquecida pelos fiéis (que fraquejam na fé, ou se afastam, ou não lutam contra as tentações do pecado, etc), no meu entender, acontece SEMPRE, em maior ou menor grau. O ser humano, felizmente ou infelizmente, é assim: inconstante. Fico, então, com a segunda opção: essa aparição extraordinária de Nossa Senhora pedindo que estejamos “aos pés do altar” é uma preparação. A que? A algo que ainda vai acontecer, obviamente. E muitas coisas aconteceram, na França e no mundo.

                Na segunda aparição, ela pede que seja cunhada a medalha, e diz que será dada uma proteção especial da Mãe de Deus. E finalmente na terceira aparição ela aparece soltando raios das mãos (a figura da medalha), ou seja, derramando suas bênçãos.

                Concluindo: Nossa Senhora aparece de maneira extraordinária a uma freira filha Ca caridade (santa Catarina) para preparar a França e o mundo para coisas que acontecerão e que serão “difíceis”. Fala de “perseguições”, que a “Cruz (Missa?) será tratada com desprezo, será derubada (?) e o sangue correrá”. Por isso ela pede que as pessoas se coloquem “aos pés do altar” e sob sua proteção, e que peçam as “graças”. Só faltou vermos o que são “graças”. Será que é qualquer coisa que quisermos? Se assim fosse Nossa Senhora seria como um “gênio da lâmpada”, não é mesmo? Claro que esses pedidos não são de qualquer coisa. O que é que exatamente a santa Mãe de Deus quer nos fazer receber?

                Se a preparação é para algo que vai acontecer à França e ao mundo, parece evidente que essas graças dizem respeito e uma resposta a essas trágicas coisas que irão acontecer. não seria algo apenas no âmbito pessoal de cada um (um carro, uma casa, coisas materiais em geral, uma doença, a não ser que atingisse a muitos, uma epidemia, por exemplo) mas graças de combate (santidade, martírio, curas de epidemias, perseverança heróica, dons espirituais, etc). É de notar também que Nossa Senhora acaba colocando dois pilares de pedidos: Eucaristia e devoção mariana (estarmos aos pés do altar e com a medalha), exatamente como, mais tarde, são João Bosco vai ter em sonhos.


                Agora, nesse estudo, é hora de nos concentrarmos no que acontecia (e aconteceria) na França durante o século XIX.